quarta-feira, 3 de abril de 2019

Oregon 2010: Parte 2

Continuando a segunda parte da viagem de Oregon... Foi uma viagem tão confortável, a casa é tão aconchegante e os cachorros tão fofos! Eu comia delícias bem típicas dos EUA nos cafés-da-manhã. Quando eu não comia cookie com chocolate milk, meu primo fazia bacon e ovos para mim. Dá só uma olhada nesse lindo desjejum: framboesa, waffles com maple syrup, ovo frito e bacon. Fico com água na boca só de olhar. Uma pena não ter maple syrup barato e de fácil acesso aqui no Brasil - (se alguém souber onde tem, por favor, me avise) - porque eu desenvolvi um grande apreço por esse item. Detesto ser dessas que pede pras pessoas que estão viajando me trazer coisas, mas se alguém for e puder me trazer, eu agradeço.


Em um dos fins de semana... ou talvez nem tenha sido no fim de semana, mas em um dia de semana comum, o marido do meu primo me levou para uma road trip fantástica. A gente foi ouvindo músicas country - um dos meus gêneros favoritos (e conheci muitas músicas boas, já que ele é de Georgia, então cresceu ouvindo country) - e conversando no carro, praticando meu inglês, que ainda era medíocre. O objetivo desse passeio era que eu conhecesse alguns pontos turísticos de Oregon. Nossa primeira parada foi em Vista House, 1 hora e pouco de carro da cidade onde eles moram. É praticamente um mirante bem na divisão entre os estados de Oregon e Washington, que são separados pelo rio Columbia.  Eu fiquei completamente deslumbrada com essa vista. Sério, acho que nem o Grand Cannyon causou tanta surpresa em mim, talvez por que eu já esperava o que veria lá, mas essa vista é simplesmente fantástica. Acho que o fato de ser minha primeira viagem internacional e eu estar bem longe de casa fez com que eu ficasse mais admirada. 
Eu tirei várias fotos, mas o Jason levou a câmera profissional dele, então tive a oportunidade de posar para fotos com maior qualidade. As fotos, porém, perderam um pouco da qualidade, porque naquela época nem tinha Whatsapp, então nem sei como eu fazia para enviar as fotos para o computador. Será que eu colocava em um pen-drive? Não me lembro de ter um, então devia postar no Facebook e depois pegar de lá. Que loucura! Mas enfim... A paisagem é completamente incrível. É um cenário completamente norte-americano e, como eu estava em uma fase cowgirl, ver um pouquinho da vegetação e das montanhas típicas dos faroestes me tocou muito. Dá pra se imaginar uns bons anos atrás na época do Velho Oeste, sobrevivendo ali em meio aos nativos. 
Essa foto da esquerda de cima foi a que eu mais gostei de ter tirado. Apesar de estar meio sem cor, (nada que um bom filtro, aumento de contraste e saturação não resolvam) achei uma das mais legais. Eles me levaram uns dias antes ao Best Buy, onde comprei uma câmera digital Kodak veremelha. Eu era uma das poucas pessoas que ainda não tinha câmera digital. Era super legal quando a Lays trazia a câmera emprestada do tio. Coisa que hoje a gente usa no celular e não tem mais graça nenhuma, hahaha. Mas nessa viagem, ter uma câmera digital ainda era algo meio novo e conceituado. Gostaria ainda de preservar o cuidado que tínhamos com as fotos antes, mas é bem difícil. Cada porcaria que recebemos no Zap e fica anos ocupando espaço no celular. 
Em 2010, eu estava recém-liberta de um relacionamento horroroso, onde eu não sabia como devia me portar ou agir. Um dia ainda vou contar aqui sobre ele, mas ter terminado foi uma coisa maravilhosa. Foi uma, ou talvez até a melhor coisa que fiz na vida: voltar a ser solteira. Foram só 2 anos e meio, mas nada paga a sensação que eu tive quando acabou. Foi tipo: "Nossa, eu posso ouvir essa música sem ser julgada!", "Uau, eu posso ir para a praia com meus pais sem ter que ficar horas no telefone justificando" - nesse nível! Foi um período de redescoberta e liberdade. Tudo parecia ter mais cor e vida. Era como se eu tivesse vivendo em cativeiro por tanto tempo que nem lembrava mais como era  o mundo. E aproveitando esse momento, fui viajar logo no começo do ano, então foi como um renascimento!
A próxima parada foi em uma cachoeira que eu esqueci o nome e, infelizmente, acho que não tenho foto. Depois fomos para a estrela do passeio: Multnomah Falls. Uns 20 minutos depois da Vista House. Achei algumas lendas sobre a história de Multnomah Falls, que é um negócio de outro mundo. Se vocês procurarem nas imagens do Google, vão achar vários papéis de parede e fotos melhores do que as que eu tirei, certamente. Vejam algumas historinhas (que vou traduzir mesmo com muita preguiça): 

"De acordo com a lenda Wasco, a filha do Chefe Multnomah se sacrificou para o Grande Espírito do topo de Multnomah Falls. As tribos que viviam perto do Rio Columbia celebravam o casamento da filha do Chefe com uma tribo vizinha. Mas a alegria não durou, pois uma grande doença começou a afetar todas as tribos da área em cerca do rio. O xamã então afirmou que o Grande Espírito havia lhe dito que toda a tribo morreria a não ser que o Espírito recebesse um sacrifício: o da vida da filha do Chefe. O Chefe não autorizou, mas quando a filha dele viu a doença afetar as pessoas que amava, ela fugiu no meio da noite e se jogou do topo do penhasco, por vontade própria. Quando o Chefe encontrou o corpo de sua filha, ele orou ao Grande Espírito por um sinal de que ela estava bem. E então água começou a jorrar do penhasco e ficou conhecida pelo nome Multnomah Falls". - Wikipedia.

"De acordo com o folclore dos nativo-americanos, Multnomah Falls foi criada para conquistar o coração de uma jovem princesa que queria um lugar escondido para se banhar". - Oregon.com.


Tivemos então a brilhante ideia de subir a montanha para visitar a topo da cachoeira. Foi muito cansativo e eu estou sempre fora de forma. Como já faz muito tempo, na minha cabeça foi uma subida de 3 horas. Será que eu estou delirando? Vou veirificar depois, mas se pá não. Quando finalmente chegamos cansados no topo, me senti como o Rocky Balboa em Rocky IV, quando ele escala a montanha de neve e grita o nome do seu adversário: "Draaaaaago!!!" - (claramente mais uma referência de filme que me marcou muito e que faz parte da minha formação como pessoa). Lá de cima, além de ver a água escorrendo lá para baixo, numa altura e velocidade de dar medo, a gente consegue ver mais um pouco da divisão entre os estados e o Columbia River. Um dia espetacular. Dá vontade de voltar só pra tirar fotos melhores!
A descida foi bem mais rápida que a subida. Lembro que na volta de carro tocou Lady Gaga - Bad Romance, que estava super em alta. E outra música, hit em 2010 em Oregon: Zac Brown Band - Chicken Fried, que inclusive estou ouvindo agora para escrever esse post. Paramos, acho que no Wendy's para comer um lanchinho delicioso e absurdamente barato.

Outra coisa que me arrependo muito de não ter feito, o que é bastante desculpável já que não tinha Smartphone, foi ter levado a câmera para um dia de snowboarding que fizemos. Nem lembro que dia exatamente foi, mas isso não importa muito. Nessa foto da estrada, dá para ver Mount Hood, o vulcão/monte em que dá pra esquiar e fazer o snowboarding. Lembro que tive muita dificuldade no teleférico e, por sorte, o instrutor foi comigo e me ajudou a sair. E na hora de descer o laderão eu caí e machuquei um pouco o braço. O Jason me fez tomar um comprimido de forma traiçoeira, pois eu meti na boca achando que era doce, e depois tive que correr para pegar água e engolir. Foi bem engraçado.
Agora estou lembrando que realmente fomos no passeio de Vista House e Multnomah Falls em um dia de semana, porque no fim de semana eu fui ver o musical Jesus Christ Superstar, estrelando o próprio Ted Neeley. Achei incrível, pois nem todo mundo pode dizer que fez isso... Se bem que ninguém liga para esse musical. Mas eu gostei.

Em breve, a parte 3. 










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