sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Rio de Janeiro 2019: Dia 1

Aeroporto de Cabo Frio
7h35: Escrevo do aeroporto de Viracopos. Acordei antes do despertador com ansiedade e medo da minha irresponsabilidade de não ter colocado o alarme para despertar antes para conseguir pegar o ônibus mais cedo. O ônibus saiu 5h30 da manhã do terminal Barra Funda e chegou com 10 minutos de antecedência aqui em Campinas. Já tinha feito o check-in, então corri para despachar a mala e chegar no meu portão a tempo. O embarque começaria às 6h50 e já eram 6h51. No meio do caminho, ouvi anunciarem: "O aeroporto encontra-se fechado devido às más condições de tempo". Fiquei contente que não precisei chegar mais cedo e aprovei minha decisão. Agora são 7h35 e o embarque começou. A neblina melhorou  e o pessoal já está fazendo fila para embarcar. Ô, mania chata de fila, nem terminou de entrar o pessoal prioritário, ninguém vai pegar seu lugar no avião. 
Cerveja que valeu o preço

20h41: Passei um dia até que gostoso no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Assisti dois episódios de Dark, comi no Doog um cachorro quente caríssimo e tomei uma cerveja bem gostosa chamada Praya, li um pouco e vi todos os stories das pessoas que eu sigo no Instagram. Enquanto isso, Daniel deu um espirro e teve que ir pro hospital porque conseguiu deslocar o ombro e desmaiar duas vezes. Que loucura! Quase que ferra a viagem. Bom, o ombro foi colocado no lugar e agora ele já deve estar a caminho da rodoviária para vir pra cá de ônibus. Eu cheguei aqui no apartamento do tio dele, que é gigantesco, tomei um banho gostoso, me arrumei, fiz um monte de stories e agora estou escrevendo aqui pra distrair um pouco e tentar não pensar na fome que estou passando. Fico com raiva porque o meu celular já é ruim de qualidade, então o mínimo que ele devia fazer era sustentar a bateria por um bom tempo, mas é querer demais. Agora ele está com uma mania muito chata de desligar/descarregar totalmente com 30% de bateria, sem aviso. E isso aconteceu no caminho para cá, justo quando eu precisava conferir várias informações importantes. Agora estou presa aqui no apartamento, esperando ele carregar o suficiente para eu poder chamar um Uber pra ir e voltar do restaurante.


As placas são diferentes em cada lugar
22h36: Já estou de volta no apartamento. Fui até a passagem, que é uma longa apresentação de ruas de pedrinhas repletas de bares e restaurantes interessantes. Apesar de me interessar por vários lugares que apareciam no caminho, meu foco era um restaurante específico, que tinha selecionado dentre vários que havia pesquisado. Chegando lá: FECHADO! Já é a quarta vez que isso acontece essa semana, e estou começando a achar que é algo pessoal. 
Bobó de abóbora com camarão e arroz com farofa de coco
Enfim, fui para o próximo lugar de minha escolha, que também era sensacional: Restaurante Galápagos. Escolhi uma das opções mais baratas que pude encontrar e não me arrependi, porque fiquei completamente satisfeita e só comi tudo porque eu estava reclamando de fome, então seria uma fronta choramingar tanto pra chegar lá e deixar metade do prato. Na hora de ir embora, fui até o Canal, (que fede um pouco a pum, vamos ser sinceros, mas que não deixa de ser bonito) e chamei um Uber. Ele passou por mim sem parar. Mandei mensagem: "Você passou por mim", a qual ele respondeu: "Certo. Entendi." e cancelou a corrida! HAHAHAH. Cada coisa... Ainda bem que ainda tinha bateria suficiente. Agora a câmera, o celular e o computador vão passar a noite inteira carregando nessa c***lha. 

Agora vou assistir mais uns episódios de Dark e ir dormir. 
P.S.: A propósito, terminei de assistir Jessica Jones, e fiquei contente que essa temporada foi bem melhor que a anterior.

sábado, 21 de setembro de 2019

Música e Viagens

Voltando um pouco da minha imensa negligência a este blog, gostaria de colocar algumas atualizações sobre o que tem acontecido.
  • Terminei de ler o livro gigante do Sherlock Holmes e gostei muito.
  • Li Os Sofrimentos do Jovem Werther.
  • Iniciei a leitura da coletânea de histórias de fantasma do Charles Dickens e já estou na metade.
  • Terminei de assistir a segunda temporada de O Justiceiro, que foi bem arrastada e difícil de assistir, mas valeu pelo final e pelo "vilão" John Pilgrim.
  • Com o término da leitura de Sherlock Holmes, voltei a assistir a série Sherlock e convenci o Daniel a voltar a assistir também e estamos gostando.
  • Comecei a assistir Jessica Jones.
  • Estamos na sexta temporada de Brooklyn 99 e gostando mais ou menos.
  • Achei uma solução incrível para minha preguiça de fazer exercícios físicos. Estou descendo para a academia do prédio com episódios baixados das séries que estou assistindo no Netflix. O meu celular tem aquele negocinho atrás que dá pra deixar ele em pé (souvenir da goFLUENT), então deixo ele ali e fico na esteira assistindo. Nem vejo o tempo passar. Também comprei um daqueles fones de ouvido poderosos sem fio, pra não ficar caindo.

Música


Não sei se mencionei, mas estou fazendo aula de canto agora também. Faço uma hora de aula de piano nas terças e uma hora de aula de canto nas quartas (que em breve voltarão para quinta-feira). Eu realmente não entendo como eu passei tanto tempo sem estudar música. É a minha paixão! Estou me dedicando muito mais nas aulas de piano e amando de verdade as aulas de canto. Queria poder fazer todo dia. A professora de canto diz que eu sou bem profissional e está me ensinando absolutamente tudo, além de me motivar a seguir carreira com isso. Ainda não sei em que pé estou quanto ao futuro e ainda este ano preciso decidir quais ações tenho que tomar se realmente quiser seguir o rumo da música. Digo, eu não tenho dúvidas quanto ao "querer". Claro que queria viver de música, sempre quis, e sempre trabalhei pensando "é temporário" ou "até eu descobrir minha vocação". Mas agora ficou muito tarde e tenho que correr atrás do tempo perdido. O que tenho que decidir ainda este ano é qual caminho seguir, pois há vários, e meu namorado me abriu os olhos pra isso. Se quero seguir uma carreira voltada para o canto lírico, se quero participar de musicais, ser atriz/dubladora ou se quero seguir carreira com canto popular... E a partir dessa decisão, providenciar e tomar as ações necessárias para entrar no caminho certo.
Na aula de piano, estamos estudando os exercícios do Czerny, e as peças para o fim do ano, que são: o solo de Heitor Villa-Lobos "Vamos Cirandar", e duas peças de arranjo para quatro mãos, uma do Mozart "La ci darem la Mano" da ópera Don Giovanni e a outra do Fideles "O Come All Ye Faithful", que queria tocar por ser bem música de Natal. Já no canto, começamos estudando a música "I don't know how to love Him", do musical Jesus Christ Superstar, que já "fechamos" e eu adorei cantar, aprendi várias técnicas e coisas que eu fazia errado. Sinto muito orgulho de mim mesma por aprender rapidamente e conseguir corrigir na hora as coisas que me pedem. No canto, pra uma música ficar pronta é 100 vezes mais rápido que no piano, pois eu já tenho um domínio maior do instrumento, no caso, minha voz. Agora estamos seguindo com "How Far I'll Go", da Moana, que está quase pronta, mais a música "Circle of Life" do Rei Leão e, semana passada, passamos pela primeira vez a "Let it Go", do Frozen, que está bem difícil por ter que sair diversas vezes da voz de cabeça e voltar. Acho que, pra mim, é a manobra mais difícil que vou ter de aprender, pois sempre me indaguei sobre isso, tive dúvidas e dificuldades. Tenho a música "Aquarius" do musical Hair para passar na próxima semana e a professora pediu para eu trazer a música "Think of Me" do Fantasma da Ópera para trabalhar. Acho que vai ser bem mais legal do que trabalhar os musicais, pois é numa ressonância mais fácil de trabalhar. 
Acho que consegui transcrever nesses breves parágrafos como estou empolgada com isso. Ainda mais que agora o tempo mudou e trouxe o meu clima favorito de calor, Natal e Ano-Novo. É uma ansiedade boa que toma conta do meu corpo completamente e quer sair pela boca. É demais! Adoro.

Falando em música, hoje tem o show do RockFest aqui no Allianz Park. Como já vamos pro Rock in Rio, eu disse pra mim mesma: não vou pra nenhum show mais este ano, a não ser que seja uma banda super importante. Aí não é que me fecha Europe aqui em São Paulo, que era uma banda que eu vinha redescobrindo e amando nos últimos tempos? Então, apesar do line-up ser bem parecido com o do Rock in Rio, fui obrigada a adquirir os ingressos pro show em São Paulo. Então hoje vamo ver Helloween, Europe, Whitesnake e Scorpions. Desses, a única banda que já assisti o show foi a Helloween, então tá ótimo.
E no Rock in Rio, dia 4, teremos Anthrax (nunca vi), Slayer (já), Helloween de novo, Iron Maiden (já vi 2 vezes), Scorpions e Sepultura (que também nunca vi).


Viagens

Duas grandes viagens incríveis acontecerão este ano.
A primeira é na próxima semana, peguei férias a partir do dia 27, vou pegar um voo para Cabo Frio e ficar até domingo lá. O Daniel chega lá no sábado de manhã e vamos ficar na casa do tio dele. No domingo, iremos para Búzios e vamos ficar no Bamboo Búzios Hostel até quarta-feira. Daniel fez um upgrade do nosso quarto e agora estamos de frente pro mar, no lugar mais lindo, com frigobar vermelho. Depois postarei fotos e tentarei manter um diário da viagem aqui no blog. Na quarta, vamos pro Rio, pra casa da irmã do Daniel e na sexta teremos o Rock in Rio. Voltamos pra SP de ônibus no domingo. Estava precisando muito de férias, queria ter tirado antes devido ao stress e cansaço que estava sentindo, mas ainda bem que consegui não tirar, porque agora o clima de férias está no máximo.
A segunda viagem será em dezembro, uma viagem a trabalho, nossa Christmas Party. Eu e a Priscila vamos para a França enquanto o resto do time vai para a Itália. Iremos numa sexta e ficaremos em Paris até quarta-feira fazendo treinamento. Na quarta de manhã, acredito, já iremos para Milão encontrar o resto da equipe e festejar. Voltamos no domingo cedinho pra o Brasil. Eu estou muito feliz porque Paris é uma cidade que não estava na minha lista de prioridades para conhecer, e agora eu vou conseguir vê-la através da empresa, então sou muito grata a esse trabalho estável que me permite fazer um trabalho legal e além disso arcar com todas as coisas que gosto de fazer.


Nos encontramos no próximo episódio.


terça-feira, 23 de julho de 2019

Continuação da Nova Fase

Após outro enorme hiato, estou aqui de volta. Não parei de escrever por falta de tempo, mas por falta de organização e por passar meu tempo fazendo outras coisas aleatórias.
Queria comentar que o mês em que fiz o 30-Day-Challenge com inspiração naquele texto foi um mês fascinante. Consegui ficar sem refrigerante durante a semana e decidi que nunca mais farei isso, é muito ruim! Serviu só para eu idolatrar mais ainda o sabor do refrigerante. Continuarei tentando evitar, mas não vou cortar mais porque isso é contraprodutivo para mim. Sobre a meditação, foi um sucesso. Minha vida melhorou muito, ainda mais porque eu estava sentindo frequentes dores de cabeça pesada, e a meditação ajudou a melhorar muito. Acredito que as dores que eu tinha vinham também das várias questões que eu tenho de coluna e má postura. Fui uma vez num quiroprata (que me deixou dividida se confiava nele ou não) e minha vida mudou real: nunca mais senti dor nas costas, tensão nos ombros nem no nervo ciático. Imagina se eu fizesse com uma frequência regular então!

Sobre a nova fase no trabalho, acho que estou me dando bem. Fiquei bem estressada algumas semanas atrás porque estava muito atolada de trabalho e não estava conseguindo dar conta. Nunca precisei tanto de férias. E também fiquei praticamente o mês inteiro doente de resfriado, tosse e sei-lá-o-quê e uma exaustão que tem me acompanhado todos os dias. Acho até que é encosto. Mas esta semana estou me recuperando e consegui me organizar nas tarefas laborais. E coisas boas aconteceram na vida pessoal, então energia total.

Estou comendo melhor. Uma boa mudança. O sacolão é o melhor lugar para fazer compras e tenho feito comida pra mim, que já ajuda em vários outros aspectos além do nutricional. Estou obcecada ainda com coentro e quero que tudo tenha sabor de coentro na vida. Quero ser um coentro quando crescer.

As metas para o mês de julho que não estão sendo cumpridas são: beber 2 litros de água por dia e ler 15 páginas também por dia. Vou ver se aplico com mais afinco em agosto. Quero terminar Sherlock Holmes para poder continuar vendo a série. É muito legal ver como eles adaptam certas histórias, então quero ter lido tudo antes de continuar.

Será que incluo na meta postar no blog uma vez por semana? Antes tinha que me segurar pra não escrever todo dia e agora estou quase me obrigando. Tô cansada, me deixa. O nome do blog também não gosto mais. Vou mudar também. É isso.


domingo, 5 de maio de 2019

A Nova Fase

Faz tempo que não escrevo aqui, porque dei uma desanimada. Mas já estou recolocando as coisas no lugar. Tive uma crise de ansiedade pela primeira vez, então estou me sentindo muito inserida no mundo do jovem adulto brasileiro. Eu nunca tive dessas coisas, nunca fui a um psicólogo, então é engraçado ter uma experiência e poder comprovar por mim mesma que isso existe real. Aí fui na minha colega naturóloga, a Jessica, e ela me passou um floral e instruções de alimentação que, finalmente, tomei vergonha na cara e fiz questão de seguir. Estou me sentindo muito melhor.

Estou muito animada com a nova fase que está chegando. Li esse texto no LinkedIn e achei super válido. Eu, mesmo sem ter lido esse texto antes, já seguia algumas coisas, que fizeram minha rotina do trabalho mudar 100%. Uma delas é fazer esse planejamento do dia antes de começá-lo. Eu me enrolava muito no trabalho, fazia as coisas que tinha pra fazer na base da urgência, me sentia completamente sobrecarregada, desmotivada e culpava os outros por isso em minha mente. Até que fiz a viagem de trabalho à Madri, que me fez ver como os outros trabalhavam e como eu poderia ser mais eficaz. Resultado: prosperei muito no trabalho, consegui mudar minha perspectiva e entender que o problema era eu, não os outros, fiquei 100 vezes mais organizada com meus afazeres, comecei a entregar minhas tarefas tudo dentro do prazo, me sobrando tempo livre para replanejar as coisas e torná-las mais rápidas e, o melhor de todos, fui reconhecida por isso. 

A partir de agora, vou me responsabilizar por um outro cargo, da minha preferência e estou muito animada com isso. Aos poucos irei deixar de fazer o que estou fazendo e me focar somente nas novas tarefas. Eu nem achava que isso seria possível, mas com muito pensamento positivo, as coisas boas vêm. Estou muito feliz. Começarei nesta semana a aprender as responsabilidades do novo cargo. Iuhul!

Outra coisa que aprendi com esse texto e com os vídeos do Kiko Loureiro (acho que foi esse aqui o principal) é a diferença entre tocar e fazer um estudo focado. Estou estudando como incorporar esse hábito na minha rotina, porque parece pouco estudar uma hora por dia só, mas é muita coisa. Eu chego em casa e tudo o que eu mais quero é ver TV e comer pipoca. E chega no dia da aula (de piano ou de baixo) e não estudei nada, parece que estou jogando dinheiro no lixo. Aí vem o pessoal falar que eLearning não funciona, porque exige muita auto-disciplina, mas estudar no método presencial exige da mesma forma. Não adianta nada fazer aula sem estudar. Meu alemão está de prova, já esqueci tudo. Então essa é uma meta pra esse ano: evoluir bastante no piano e no baixo. E nos próximos meses, vou tentar manter isso como um compromisso no meu dia.

Para começar a pôr o texto em prática e adquirir novos hábitos para o que eu considero uma vida melhor, este mês estabeleci dois 30-day-challenges: o primeiro é meditar 10 minutos por dia, pelo menos, e o segundo é não tomar refrigerante durante os dias de semana (segunda à sexta). Ficar sem refrigerante é meu pior pesadelo, gosto tanto que não abro mão da minha coquinha, então tirá-lo só nos dias de semana já é um GRANDE avanço, e quem me conhece sabe o quanto de esforço isso vai exigir de mim. Já a meditação, estou tirando de letra, porque é gostoso e todo mundo tem 10 minutinhos por dia pra usar, então foi até fácil.

Muito empolgada para essa repaginada. Podia ter iniciado em janeiro para coincidir com o início do ano, mas nunca é tarde para iniciar. Estou me sentindo um livro de auto-ajuda, mas vale a pena dar uma chance para esses novos hábitos.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Maratona do Oscar: Parte 4

(O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei; Chicago; Uma Mente Brilhante; Gladiador; Beleza Americana)



Quarta parte da maratona. E a quinta vai demorar ainda mais porque estamos empacadíssimos em Shakespeare Apaixonado, que certamente vai levar o Oscar de Pior Filme de todos os tempos da nossa maratona. 

Filme: O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
Opinião da Anna: Não tem muito o que falar desse filme: sensacional! Um final excelente para a trilogia, ainda mais se você assiste com as cenas cortadas. Depois que assisti a versão estendida, não achei ruim terem cortado a parte do Expurgo do Condado. Tem a degolada que o Aragorn dá no porteiro de Mordor e tem a conclusão da história do Saruman. A parte que eu sempre reclamei desses filmes também, que é a personificação do Faramir, faz muito mais sentido nessa versão completa. Eu gosto mais do primeiro filme, dos três, mas o Oscar para o terceiro filme foi merecido tamanho o trabalho para fazer esse projeto.
Nota: 5
Opinião do Daniel: Chato. Entediante. História tola.
Nota: 1
Média Final: 3
Conclusão final: O namoro não vai durar mais muito tempo.

Filme: Chicago
Opinião da Anna: Eu amo musicais, principalmente os da Broadway. Acho tudo lindo e gostoso e fico cantando as músicas por dias. Inclusive, queria muito que vivêssemos nossas vidas como em um musical, com música de fundo para cada situação. Tendo dito isso, Chicago é um lixo.
Nota: 1
Opinião do Daniel: Nossa, sem comentários!
Nota: 0 [Ele queria pôr -5]
Média Final: 0,5

Filme: Uma Mente Brilhante
Opinião da Anna: Um filme bem doido. Não estava gostando muito no começo, mas depois passei a gostar bastante. Fiquei completamente surpresa e gostei de ser surpreendida. Mas o Daniel sacou antes e me deu spoiler. Depois do filme, pesquisei no Wikipedia para ver como estavam os protagonistas cujo o filme foi inspirado e notei que os dois morreram no mesmo dia. Antes de pesquisar sobre a morte, imaginei que ia ser algo a la Diário de Uma Paixão, mas eles morreram em um acidente de carro mesmo. Choque duplo. É interessante ver também como o Russel Crowe envelheceu na realidade, nada a ver com o filme.
Nota: 3,7.
Opinião do Daniel: Bom, romantizado e exagerado, mas bom.
Nota: 3,5
Média Final: 3,6


Filme: Gladiador
Opinião da Anna: Foi com ele que descobri o site Does the Dog Die, porque aparece um cachorro logo no comecinho no meio da guerra, mas depois não mostra mais em nenhum momento. Bom que a gente pode imaginar que ficou tudo bem com ele. Acho que é um filme merecedor do Oscar, mais um filme pra conta do Russel Crowe, que já nem devia estar aguentando mais, e a trilha sonora da Enya é muito boa. Já o Hans Zimmer deu uma pecada aí quando fez uma das trilhas idêntica ao "He's a Pirate" do Piratas do Caribe.
Nota: 3,7
Opinião do Daniel: Gladiador é bom, sim! Também é clichê, mas é bom.
Nota: 3,5
Média Final: 3,6

Filme:  Beleza Americana
Opinião da Anna: Eu ainda não sei o que achar desse filme, e isso deve indicar que ele é bom. Por ter assistido partes do filme fora de contexto, eu tinha um nojo e aversão completa pelo personagem do Kevin Spacey, mas assistindo o filme direitinho, vi que até me identifiquei em alguns momentos. Acho que é interessante, mas precisei de análise para entender por que é bom (ou não), mas também não assistiria de novo. Tem boas músicas.
Nota: 3,5
Opinião do Daniel: Que filme é esse? Ah, é. Tipo assim, véio, aquela tentativa de fazer um filme cool e chocar, mas para a época está valendo. Legal. Bacana.
Nota: 3,5
Média Final: 3,5

Vencedor da rodada: Empate entre Uma Mente Brilhante e Gladiador. (¬¬)
Perdedor da rodada: Chicago

Comentem o que acharam desses filmes!

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Oregon 2010: Parte 3


No episódio anterior da Viagem de Oregon, vocês acompanharam minha primeira saída altamente turística em terras estadunidenses, onde visitei as cachoeiras que contornam a divisão entre os estados de Oregon e Washington. Como todo mundo trabalhava e só eu estava de férias, comecei a me programar para fazer alguns passeios sozinhas.

Na entrada da parte africana.
Lindo esquilinho.
Comecei a visitar bastante o centro de Portland. Lá, um transporte bastante utilizado é o TriMet, uma espécie de trólebus que vai passando em vários lugares importantes e é muito fácil de entender. Nessa época, o preço era de 5 dólares e valia para o dia todo. Não me lembro se continua o mesmo. Com ele, eu visitava bastante o shopping, assistia a alguns filmes no cinema e ficava chocada com a beleza das pessoas da rua. Um dia estava passeando pela calçada e um garoto me cantou com a seguinte frase: "You have a beautiful smile". Fiquei completamente chocada com o decoro, que contribuiu muito para a mentalidade: "Ah, mas lá nos Estados Unidos, as pessoas são educadas", "Ah, mas nos EUA, as pessoas não sujam o chão", "lá nos EUA, eles fazem cocô mais limpo e é assim e assado".

Um lindo tigre.
Um grande passeio que fiz foi visitar o Zoológico de Oregon. Meu primo me deixou em uma das estações do TriMet e falou que a estação do zoológico era 4 ou 5 estações depois e que eu iria ver o nome "Zoo" aparecer na telinha do vagão. 
Um suriccata. Timão.
Quando passou a quinta estação e eu não vi o "Zoo" aparecer, me desesperei e saí do trem em uma estação completamente nada a ver, óbvio que não era ali e que eu deveria ter esperado pacientemente dentro do conforto do trenzinho. Saí da estação (sorte que o bilhete do trem vale de qualquer jeito) e não tinha uma alma viva. Até que apareceu um senhor e eu resolvi me informar com ele sobre como eu fazia para ir até o zoológico. 
Bumbum de zebra.
Carinho na ovelha.
Para entender qual direção eu estava tomando, ele me perguntou: "Are you coming from dowtown or uptown"? E na minha cabeça, isso significava apenas uma coisa: que ele tinha percebido pelo meu sotaque que eu não era dos EUA e, curioso, queria saber a minha nacionalidade! Ao que eu respondi: "I'm from Brazil". Percebendo que não era nada disso que ele queria saber, complementei, por muita sorte: "So I'm lost". Aí ele me explicou que era só voltar para a estação da qual eu tinha saído e pegar o próximo trem, que me levaria lá. Não precisava também ter perguntado de onde eu estava vindo, se o caminho era o mesmo, mas foi engraçado e valeu para eu aprender como as pessoas se localizam por lá.
Naquela época, eu não tinha tanta aversão como tenho hoje por zoológico. Os bichos são muito bem cuidados, claro, mas não mereciam estar ali, enclausurados. Uma pena. Enfim, vi uma porção de bicho que nunca tinha visto, porque não tem aqui no Brasil, como um urso polar, javali comendo sujeira da bunda um do outro, tigre, suricata, lontra (comendo algo muito estranho, que parecia uma outra lontra), e passei a mão em lindas ovelhinhas e cabrinhas.
Pumba comendo sujeira de bunda.
Tenho o vídeo também do elefante fazendo truques e ganhando comidinhas em troca. Depois de assistir o novo Dumbo, dá ainda mais tristeza de ver esse vídeo, mas torço pro elefante ou a elefante estar feliz.

Elefante fófis.
Pouco tempo depois, fui ao OMSI, o museu de ciência e indústria de Oregon, e fiquei maravilhada, porque pela primeira vez, vi um fóssil montado de um tirannossauro rex. O Samson é um dos fósseis de tiranossauro mais completos que existe hoje em dia e tem 66 milhões de anos, foi escavado pouco mais de 15 anos atrás em South Dakota. Quem me conhece sabe que tive uma boa fase "dinossauros". Foi quando li Jurassic Park e quis, com muita força, virar paleontóloga ou trabalhar com biotecnologia. Mas quando isso aconteceu, eu já estava na metade do terceiro ano do colegial e não dava mais tempo de voltar a estudar química desde o zero a ponto de prestar vestibular direito e tirar uma boa nota nessa disciplina. Até hoje, química é a minha arqui-inimiga das matérias. Até álgebra faz mais sentido para mim do que química. Até hoje não sei por que a gente tinha que ficar equilibrando as equações... equilibrar o quê? Qual é a praticidade disso no mundo real? Não consigo visualizar. 

Close no Samson.
SAMSON.
Fora conhecer o Samson, havia várias atividades para fazer, como simulação de terremotos, jogos interativos com ciência, fósseis de tigres dentes-de-sabre e cinema iMAX. Acho que foi minha primeira experiência com uma sala tão gigante de cinema. Foi ótimo para o meu inglês, porque como não tinha legenda, tinha que entender tudo! Lembro que em uma das sessões - eram sessões sempre educativas, eu assisti uma de dinossauro e uma de oceano que era dublada pela Kate Winslet e o Johnny Depp, se não me engano - eu estava na fila com um cara e seu filho. Aí eles nos liberaram para entrar e não tinha uma alma viva dentro da sala. Centenas de assentos e só nós 3 para assistir. Aí o cara falou: "Wow, I hope we can find us a seat". E eu dei muita risada, porque foi uma das primeiras piadinhas do mundo real que vivenciei e entendi. Eu tinha ainda muita dificuldade de compreender o que falavam quando eram comentários rápidos ou quando tinha muito barulho em volta. Na sessão do oceano, apesar de muito legal, eu dormi. Não aguentei, muito sono, aquela vozinha tranquilizante. Eu comi um hot-dog esse dia, lembro também. Eu gostava muito dos hot-dogs de lá, porque são gostosos mesmo sem molho e purê, porque a carne é de muito mais qualidade.

Mesa caprichada do André.
Para encerrar a parte 3, meu primo e seu marido fizeram uma festinha na casa deles. Não me lembro do quê, certamente não era de aniversário. Mas eles ficaram o dia inteiro preparando as comidas. Lembro que ajudei a fazer várias casquinhas de siri, e estava com muito vontade de comê-las. Sem querer, derrubei vinho, acho, em cima delas, e fui forçada a comer todas que foram afetadas. Muito Deus-me-livre-mas-quem-me-dera. O Jason fez caipirinhas muito deliciosas, estilo americano. Conversei com pessoas e cometi uma gafe imperdoável de trocar a palavra com b pela palavra com n. Logo me desculpei, pensei muito antes de falar, mas deu um bug, já que aqui no Brasil é ao contrário, e fiquei com muita vergonha. Mas depois recuperei fazendo um monte de pessoas rirem. 

Em breve iremos para a parte 4. Uma infelicidade que cada dia menos gente lê o blog. Mas a vida é assim. O importante é fazer o que gosta.



quarta-feira, 3 de abril de 2019

Oregon 2010: Parte 2

Continuando a segunda parte da viagem de Oregon... Foi uma viagem tão confortável, a casa é tão aconchegante e os cachorros tão fofos! Eu comia delícias bem típicas dos EUA nos cafés-da-manhã. Quando eu não comia cookie com chocolate milk, meu primo fazia bacon e ovos para mim. Dá só uma olhada nesse lindo desjejum: framboesa, waffles com maple syrup, ovo frito e bacon. Fico com água na boca só de olhar. Uma pena não ter maple syrup barato e de fácil acesso aqui no Brasil - (se alguém souber onde tem, por favor, me avise) - porque eu desenvolvi um grande apreço por esse item. Detesto ser dessas que pede pras pessoas que estão viajando me trazer coisas, mas se alguém for e puder me trazer, eu agradeço.


Em um dos fins de semana... ou talvez nem tenha sido no fim de semana, mas em um dia de semana comum, o marido do meu primo me levou para uma road trip fantástica. A gente foi ouvindo músicas country - um dos meus gêneros favoritos (e conheci muitas músicas boas, já que ele é de Georgia, então cresceu ouvindo country) - e conversando no carro, praticando meu inglês, que ainda era medíocre. O objetivo desse passeio era que eu conhecesse alguns pontos turísticos de Oregon. Nossa primeira parada foi em Vista House, 1 hora e pouco de carro da cidade onde eles moram. É praticamente um mirante bem na divisão entre os estados de Oregon e Washington, que são separados pelo rio Columbia.  Eu fiquei completamente deslumbrada com essa vista. Sério, acho que nem o Grand Cannyon causou tanta surpresa em mim, talvez por que eu já esperava o que veria lá, mas essa vista é simplesmente fantástica. Acho que o fato de ser minha primeira viagem internacional e eu estar bem longe de casa fez com que eu ficasse mais admirada. 
Eu tirei várias fotos, mas o Jason levou a câmera profissional dele, então tive a oportunidade de posar para fotos com maior qualidade. As fotos, porém, perderam um pouco da qualidade, porque naquela época nem tinha Whatsapp, então nem sei como eu fazia para enviar as fotos para o computador. Será que eu colocava em um pen-drive? Não me lembro de ter um, então devia postar no Facebook e depois pegar de lá. Que loucura! Mas enfim... A paisagem é completamente incrível. É um cenário completamente norte-americano e, como eu estava em uma fase cowgirl, ver um pouquinho da vegetação e das montanhas típicas dos faroestes me tocou muito. Dá pra se imaginar uns bons anos atrás na época do Velho Oeste, sobrevivendo ali em meio aos nativos. 
Essa foto da esquerda de cima foi a que eu mais gostei de ter tirado. Apesar de estar meio sem cor, (nada que um bom filtro, aumento de contraste e saturação não resolvam) achei uma das mais legais. Eles me levaram uns dias antes ao Best Buy, onde comprei uma câmera digital Kodak veremelha. Eu era uma das poucas pessoas que ainda não tinha câmera digital. Era super legal quando a Lays trazia a câmera emprestada do tio. Coisa que hoje a gente usa no celular e não tem mais graça nenhuma, hahaha. Mas nessa viagem, ter uma câmera digital ainda era algo meio novo e conceituado. Gostaria ainda de preservar o cuidado que tínhamos com as fotos antes, mas é bem difícil. Cada porcaria que recebemos no Zap e fica anos ocupando espaço no celular. 
Em 2010, eu estava recém-liberta de um relacionamento horroroso, onde eu não sabia como devia me portar ou agir. Um dia ainda vou contar aqui sobre ele, mas ter terminado foi uma coisa maravilhosa. Foi uma, ou talvez até a melhor coisa que fiz na vida: voltar a ser solteira. Foram só 2 anos e meio, mas nada paga a sensação que eu tive quando acabou. Foi tipo: "Nossa, eu posso ouvir essa música sem ser julgada!", "Uau, eu posso ir para a praia com meus pais sem ter que ficar horas no telefone justificando" - nesse nível! Foi um período de redescoberta e liberdade. Tudo parecia ter mais cor e vida. Era como se eu tivesse vivendo em cativeiro por tanto tempo que nem lembrava mais como era  o mundo. E aproveitando esse momento, fui viajar logo no começo do ano, então foi como um renascimento!
A próxima parada foi em uma cachoeira que eu esqueci o nome e, infelizmente, acho que não tenho foto. Depois fomos para a estrela do passeio: Multnomah Falls. Uns 20 minutos depois da Vista House. Achei algumas lendas sobre a história de Multnomah Falls, que é um negócio de outro mundo. Se vocês procurarem nas imagens do Google, vão achar vários papéis de parede e fotos melhores do que as que eu tirei, certamente. Vejam algumas historinhas (que vou traduzir mesmo com muita preguiça): 

"De acordo com a lenda Wasco, a filha do Chefe Multnomah se sacrificou para o Grande Espírito do topo de Multnomah Falls. As tribos que viviam perto do Rio Columbia celebravam o casamento da filha do Chefe com uma tribo vizinha. Mas a alegria não durou, pois uma grande doença começou a afetar todas as tribos da área em cerca do rio. O xamã então afirmou que o Grande Espírito havia lhe dito que toda a tribo morreria a não ser que o Espírito recebesse um sacrifício: o da vida da filha do Chefe. O Chefe não autorizou, mas quando a filha dele viu a doença afetar as pessoas que amava, ela fugiu no meio da noite e se jogou do topo do penhasco, por vontade própria. Quando o Chefe encontrou o corpo de sua filha, ele orou ao Grande Espírito por um sinal de que ela estava bem. E então água começou a jorrar do penhasco e ficou conhecida pelo nome Multnomah Falls". - Wikipedia.

"De acordo com o folclore dos nativo-americanos, Multnomah Falls foi criada para conquistar o coração de uma jovem princesa que queria um lugar escondido para se banhar". - Oregon.com.


Tivemos então a brilhante ideia de subir a montanha para visitar a topo da cachoeira. Foi muito cansativo e eu estou sempre fora de forma. Como já faz muito tempo, na minha cabeça foi uma subida de 3 horas. Será que eu estou delirando? Vou veirificar depois, mas se pá não. Quando finalmente chegamos cansados no topo, me senti como o Rocky Balboa em Rocky IV, quando ele escala a montanha de neve e grita o nome do seu adversário: "Draaaaaago!!!" - (claramente mais uma referência de filme que me marcou muito e que faz parte da minha formação como pessoa). Lá de cima, além de ver a água escorrendo lá para baixo, numa altura e velocidade de dar medo, a gente consegue ver mais um pouco da divisão entre os estados e o Columbia River. Um dia espetacular. Dá vontade de voltar só pra tirar fotos melhores!
A descida foi bem mais rápida que a subida. Lembro que na volta de carro tocou Lady Gaga - Bad Romance, que estava super em alta. E outra música, hit em 2010 em Oregon: Zac Brown Band - Chicken Fried, que inclusive estou ouvindo agora para escrever esse post. Paramos, acho que no Wendy's para comer um lanchinho delicioso e absurdamente barato.

Outra coisa que me arrependo muito de não ter feito, o que é bastante desculpável já que não tinha Smartphone, foi ter levado a câmera para um dia de snowboarding que fizemos. Nem lembro que dia exatamente foi, mas isso não importa muito. Nessa foto da estrada, dá para ver Mount Hood, o vulcão/monte em que dá pra esquiar e fazer o snowboarding. Lembro que tive muita dificuldade no teleférico e, por sorte, o instrutor foi comigo e me ajudou a sair. E na hora de descer o laderão eu caí e machuquei um pouco o braço. O Jason me fez tomar um comprimido de forma traiçoeira, pois eu meti na boca achando que era doce, e depois tive que correr para pegar água e engolir. Foi bem engraçado.
Agora estou lembrando que realmente fomos no passeio de Vista House e Multnomah Falls em um dia de semana, porque no fim de semana eu fui ver o musical Jesus Christ Superstar, estrelando o próprio Ted Neeley. Achei incrível, pois nem todo mundo pode dizer que fez isso... Se bem que ninguém liga para esse musical. Mas eu gostei.

Em breve, a parte 3. 










sábado, 30 de março de 2019

Oregon 2010: Parte 1

Como mencionado no post anterior, resolvi fazer uma coluna das minhas viagens. Vou fazer um resumão das viagens internacionais, que foram as mais marcantes, mas também pretendo escrever sobre as nacionais que eu fizer daqui em diante. Isso tudo a pedidos... de uma pessoa, que na verdade só concordou que era uma boa ideia. É bem gostoso escrever sobre viagens e take a trip down memory lane.

A minha primeira viagem internacional, que foi para Oregon, nos Estados Unidos, estava detalhadamente documentada no meu Fotolog. Resolvi buscar essas informações e descobri, para minha infeliz surpresa, que o Fotolog foi desativado. #Xatis. Mas isso não vai me impedir de trazer a informação aqui para vocês.

Essa foi a minha primeira viagem sozinha e, infelizmente, eu era menor de idade (para eles, porque eu tinha 19 anos). Então essa viagem foi mais para entender como funcionava o mundo de um viajante e que eu precisaria ser mais responsável e mais auto-suficiente nas próximas vezes. Lembro-me que no aeroporto, quando já estava no portão de espera para o avião, conheci um cara que ia também para Oregon, e que era de lá, que puxou papo comigo. Como não falava inglês 100% ainda, usei a expressão "Thanks God" e ele me corrigiu educadamente, informando que era um erro comum de brasileiro e que o certo era "Thank God". Até hoje tento corrigir as pessoas que insistem em postar hashtag #Tksgod, mas algumas pessoas não olham meus posts de indireta, então não adianta.
Uma captura do meu quarto e de como eram minhas noites, agarrada com os cães.
Foi um mês de viagem, onde fiquei hospedada na casa do meu primo, em Beaverton, OR. Fui no dia 19 de janeiro, um dia depois do meu aniversário, então estava bem frio, porque era no  meio do inverno. Mas o clima, segundo os estadunidenses, estava como o  tempo da primavera, bem agradável. Não nevou uma vez. 
Eu dormia no quarto dos fundos, maravilhoso e super aquecido, com os cachorros fófis: Maya e Shilo, que atualmente não estão mais neste mundo infelizmente. 
A Princesa Maya, com sua coroa.
Eu agarrando e dando beijinhos no Shilo.
Eu não saía muito, ficava bastante tempo em casa e dependia muito dos adultos me levarem para sair. Então criei muito vínculo com os cachorros. Não lembro muito bem se eu saía com eles para passear, mas ficava quase o dia inteiro no quarto assistindo Family Guy. Como eu ainda tinha minha  boxer Shena, acabei criando mais vínculo com o Shilo. Fui até incubida de dar banho nele e escovar seus dentinhos um dia. O Shilo era um boxer resgatado, com nariz tortinho, muito fofo. Lembrava um pouco o Seu Madruga. A Maya já era mais reservada e ficava com os adultos. Os dois eram loucos por guloseimas - e coisas não comestíveis que eles consideravam como comida - e eu tinha que deixar qualquer coisa "engolível" no alto para que eles não pulassem e pegassem. Não podia deixar bala dentro da mochila no chão, por exemplo, eles dariam um jeito.

Aprendendo a fazer cookies.
Eu aproveitava cada oportunidade para ir ao mercado ou ao shopping. Conheci então a Target e fiquei maravilhada com o preço das coisas. Comprei um monte de cacareco e roupa e ficava usando as compras durante o dia. Os cachorros me faziam uma ótima companhia e eu ficava treinando meu inglês com a TV sem legenda. Considero que Family Guy é um grande responsável para a formação do meu inglês como ele é hoje em dia. 
Meu primo é chef, então ele fazia muitas coisas gostosas para eu comer. O marido dele me ensinou a fazer cookies, uma receita que hoje em dia tenho maestria em não conseguir fazer. Quando não sai duro e queimado, eles amolecem e ficam grudados uns aos outros, como se fosse uma grande pizza de bolacha.
As ruas de Beaverton.
Como primeira viagem, o que aconteceu principalmente foi muito choque sobre como as coisas eram diferentes lá. Muita coisa era melhor, claro, mas eu comecei a perceber ali como eu adorava o Brasil também. Ao longo dos anos e das viagens, tive várias fases desse pensamento, mas nessa viagem teve aquele senso de patriotismo que acomete muitos brasileiros que não moram no Brasil: "Porque no meu país, eu já posso beber.", "No Brasil, tem coxinha e catupiry", "Porque a pizza do Brasil é muito mais recheada, e aqui tudo é apimentado", "Vocês não sabem fazer churrasco", dentre outras coisas. Eu também não tive muito contato com pessoas da minha idade, então sentia falta dos meus amigos com quem eu podia contar piada e rir. Achava que lá nos EUA eu não teria isso. Porém, em compensação, os ônibus escolares eram amarelos! UAU! Você pode passar suas próprias coisas no mercado. Os caras são muito, mas muito mais bonitos, desde o menino que tirava o lixo do mercado até o peixeiro. E os atendentes são muito educados, não ficam com aquela cara de bosta, e eles vêm até você, não precisa criar um escarcéu para um deles vir te atender de má vontade.

T-Bird Sanctuary
Nas primeiras semanas lá... acho que no segundo dia, inclusive, meu primo me levou para visitar um Santuário de Pássaros. Hoje em dia, eu teria aproveitado mais, porque estou nessa fase de louca das aves, querer distinguir o nome dos pássaros pelo canto e tals. Uma das coisas que mais vislumbrei foi a diferença da natureza entre os países. Esses pinheiros, as coisas frias, os riachos... Achava tudo muito lindo! Não melhor, apenas igualmente lindo. E diferente. Agora algo infinitamente melhor era o trânsito. Simplesmente não tinha trânsito, era tudo livre. Ficava até inconformada quando alguém reclamava do trânsito. Como trânsito? Tem 2 carros na sua frente andando na velocidade máxima permitida, isso não é trânsito. 
No fim de semana, saímos os três para visitar a praia de Cannon Beach. Lembro que um dia antes, liguei pra minha mãe e contei que ia para a praia no dia seguinte e ela respondeu: "Ai, e agora, que você não levou biquíni"? Eu dei risada, porque tava um frio absurdo. Se alguém se atrevesse a entrar naquela água de biquíni, seria morte certa.
Apesar de eu saber que o frio mais leve de lá era o maior frio do Brasil, fui toda confiante. Não levei gorro nem nada, mesmo meu primo aconselhando que eu sentiria frio. Na verdade, eu levei, mas deixei no carro, porque ia ser de boa. Mal sabia eu que a praia é um universo diferente de onde você estaciona o carro. Minhas orelhas imediatamente congelaram e, por sorte, meu primo careca ofereceu o gorro dele pra mim. Aceitei sem titubear. 
Segundos antes de congelar.
Minhas mãos ficaram no bolso o tempo todo - as luvas também haviam sido deixadas no carro. Eu estava passando muito frio, mas sentia que a viagem teria sido à toa se eu não tocasse com a mão nua as águas do Oceano Pacífico. Com muita relutância, tirei a mão do bolso e encostei a pontinha dos dedos no mar. Instant regret. Os dedos ficaram duros e doloridos, parecia que eu tinha levado um choque. Imagina como o pessoal do Frozen deve ter se sentido quando a Elsa irresponsavelmente deixou o reino de Arendelle coberto de neve. Ficava inconformada com as gaivotas tontas nadando no gelo.
Limpando a areia do tênis.
Super acostumados com o frio que faz lá, eles instalaram um negócio para você tirar a areia do tênis. Engraçado pensar que as pessoas vão à praia vestidas. É tão fora da nossa realidade que não demora pra nossa ficha cair.
Ao menos consegui uma foto bonita, sem gorro e com as mãos para fora. A praia foi definitivamente uma das coisas que, comparadas ao Brasil, aqui é melhor. Já pensou não existir aquela expectativa de ir à praia quando chega o verão? Porque lá, mesmo no verão, a água é gelada. E não tem quiosque vendendo Skol e espetinho de camarão, certamente. 
Praia de Cannon Beach,
uma Aventura Congelante.
A praia de Cannon Beach é conhecida pela Haystack Rock. A rocha tem 72 metros e aparece em vários filmes, incluindo aquela trilogia horrorosa dos vampiros que brilham no Sol e ficam brincando de ir para a escola mesmo tendo 100 anos de idade. Para os amantes da natureza e de geografia, é um lugar muito interessante. Uma pena estar tão nublado no dia que fomos. Tenho bastante vontade de voltar a visitar a praia no verão para ver a diferença. As rochas são formadas por basalto, provenientes dos fluxos de lava das montanhas, e receberam a forma atual cerca de 15 a 16 milhões de anos atrás. (Os dinossauros já haviam sido extintos).
Haystack Rock

Tillamook Cheese Factory
Para finalizar o passeio, eles me levaram para visitar a fábrica de queijo Tillamook Factory. Engraçado que meu primeiro contato com o queijo foi na vinda de avião. Eles deram um queijinho para acompanhar nosso jantar no avião e eu, que nem sou muito fã de queijo, adorei. Muito cremosinho e sem frescura, como um bom queijo deve ser na minha opinião. 
Não sei se foi no mesmo dia, mas visitamos restaurantes super bacanas à noite. Lembro que comemos pizza em Portland (capital de Oregon) em um lugar que era decorado com madeiras provenientes de montanhas-russas. Ou eram apenas quadros vintage de montanhas-russas, preciso verificar. Mas Portland é uma cidade super gastronômica e vale a pena visitar só pelas comidas diferentes.

Em breve, seguirei com a parte 2 da viagem de Oregon. Um bom fim de semana aos leitores.