sábado, 30 de março de 2019

Oregon 2010: Parte 1

Como mencionado no post anterior, resolvi fazer uma coluna das minhas viagens. Vou fazer um resumão das viagens internacionais, que foram as mais marcantes, mas também pretendo escrever sobre as nacionais que eu fizer daqui em diante. Isso tudo a pedidos... de uma pessoa, que na verdade só concordou que era uma boa ideia. É bem gostoso escrever sobre viagens e take a trip down memory lane.

A minha primeira viagem internacional, que foi para Oregon, nos Estados Unidos, estava detalhadamente documentada no meu Fotolog. Resolvi buscar essas informações e descobri, para minha infeliz surpresa, que o Fotolog foi desativado. #Xatis. Mas isso não vai me impedir de trazer a informação aqui para vocês.

Essa foi a minha primeira viagem sozinha e, infelizmente, eu era menor de idade (para eles, porque eu tinha 19 anos). Então essa viagem foi mais para entender como funcionava o mundo de um viajante e que eu precisaria ser mais responsável e mais auto-suficiente nas próximas vezes. Lembro-me que no aeroporto, quando já estava no portão de espera para o avião, conheci um cara que ia também para Oregon, e que era de lá, que puxou papo comigo. Como não falava inglês 100% ainda, usei a expressão "Thanks God" e ele me corrigiu educadamente, informando que era um erro comum de brasileiro e que o certo era "Thank God". Até hoje tento corrigir as pessoas que insistem em postar hashtag #Tksgod, mas algumas pessoas não olham meus posts de indireta, então não adianta.
Uma captura do meu quarto e de como eram minhas noites, agarrada com os cães.
Foi um mês de viagem, onde fiquei hospedada na casa do meu primo, em Beaverton, OR. Fui no dia 19 de janeiro, um dia depois do meu aniversário, então estava bem frio, porque era no  meio do inverno. Mas o clima, segundo os estadunidenses, estava como o  tempo da primavera, bem agradável. Não nevou uma vez. 
Eu dormia no quarto dos fundos, maravilhoso e super aquecido, com os cachorros fófis: Maya e Shilo, que atualmente não estão mais neste mundo infelizmente. 
A Princesa Maya, com sua coroa.
Eu agarrando e dando beijinhos no Shilo.
Eu não saía muito, ficava bastante tempo em casa e dependia muito dos adultos me levarem para sair. Então criei muito vínculo com os cachorros. Não lembro muito bem se eu saía com eles para passear, mas ficava quase o dia inteiro no quarto assistindo Family Guy. Como eu ainda tinha minha  boxer Shena, acabei criando mais vínculo com o Shilo. Fui até incubida de dar banho nele e escovar seus dentinhos um dia. O Shilo era um boxer resgatado, com nariz tortinho, muito fofo. Lembrava um pouco o Seu Madruga. A Maya já era mais reservada e ficava com os adultos. Os dois eram loucos por guloseimas - e coisas não comestíveis que eles consideravam como comida - e eu tinha que deixar qualquer coisa "engolível" no alto para que eles não pulassem e pegassem. Não podia deixar bala dentro da mochila no chão, por exemplo, eles dariam um jeito.

Aprendendo a fazer cookies.
Eu aproveitava cada oportunidade para ir ao mercado ou ao shopping. Conheci então a Target e fiquei maravilhada com o preço das coisas. Comprei um monte de cacareco e roupa e ficava usando as compras durante o dia. Os cachorros me faziam uma ótima companhia e eu ficava treinando meu inglês com a TV sem legenda. Considero que Family Guy é um grande responsável para a formação do meu inglês como ele é hoje em dia. 
Meu primo é chef, então ele fazia muitas coisas gostosas para eu comer. O marido dele me ensinou a fazer cookies, uma receita que hoje em dia tenho maestria em não conseguir fazer. Quando não sai duro e queimado, eles amolecem e ficam grudados uns aos outros, como se fosse uma grande pizza de bolacha.
As ruas de Beaverton.
Como primeira viagem, o que aconteceu principalmente foi muito choque sobre como as coisas eram diferentes lá. Muita coisa era melhor, claro, mas eu comecei a perceber ali como eu adorava o Brasil também. Ao longo dos anos e das viagens, tive várias fases desse pensamento, mas nessa viagem teve aquele senso de patriotismo que acomete muitos brasileiros que não moram no Brasil: "Porque no meu país, eu já posso beber.", "No Brasil, tem coxinha e catupiry", "Porque a pizza do Brasil é muito mais recheada, e aqui tudo é apimentado", "Vocês não sabem fazer churrasco", dentre outras coisas. Eu também não tive muito contato com pessoas da minha idade, então sentia falta dos meus amigos com quem eu podia contar piada e rir. Achava que lá nos EUA eu não teria isso. Porém, em compensação, os ônibus escolares eram amarelos! UAU! Você pode passar suas próprias coisas no mercado. Os caras são muito, mas muito mais bonitos, desde o menino que tirava o lixo do mercado até o peixeiro. E os atendentes são muito educados, não ficam com aquela cara de bosta, e eles vêm até você, não precisa criar um escarcéu para um deles vir te atender de má vontade.

T-Bird Sanctuary
Nas primeiras semanas lá... acho que no segundo dia, inclusive, meu primo me levou para visitar um Santuário de Pássaros. Hoje em dia, eu teria aproveitado mais, porque estou nessa fase de louca das aves, querer distinguir o nome dos pássaros pelo canto e tals. Uma das coisas que mais vislumbrei foi a diferença da natureza entre os países. Esses pinheiros, as coisas frias, os riachos... Achava tudo muito lindo! Não melhor, apenas igualmente lindo. E diferente. Agora algo infinitamente melhor era o trânsito. Simplesmente não tinha trânsito, era tudo livre. Ficava até inconformada quando alguém reclamava do trânsito. Como trânsito? Tem 2 carros na sua frente andando na velocidade máxima permitida, isso não é trânsito. 
No fim de semana, saímos os três para visitar a praia de Cannon Beach. Lembro que um dia antes, liguei pra minha mãe e contei que ia para a praia no dia seguinte e ela respondeu: "Ai, e agora, que você não levou biquíni"? Eu dei risada, porque tava um frio absurdo. Se alguém se atrevesse a entrar naquela água de biquíni, seria morte certa.
Apesar de eu saber que o frio mais leve de lá era o maior frio do Brasil, fui toda confiante. Não levei gorro nem nada, mesmo meu primo aconselhando que eu sentiria frio. Na verdade, eu levei, mas deixei no carro, porque ia ser de boa. Mal sabia eu que a praia é um universo diferente de onde você estaciona o carro. Minhas orelhas imediatamente congelaram e, por sorte, meu primo careca ofereceu o gorro dele pra mim. Aceitei sem titubear. 
Segundos antes de congelar.
Minhas mãos ficaram no bolso o tempo todo - as luvas também haviam sido deixadas no carro. Eu estava passando muito frio, mas sentia que a viagem teria sido à toa se eu não tocasse com a mão nua as águas do Oceano Pacífico. Com muita relutância, tirei a mão do bolso e encostei a pontinha dos dedos no mar. Instant regret. Os dedos ficaram duros e doloridos, parecia que eu tinha levado um choque. Imagina como o pessoal do Frozen deve ter se sentido quando a Elsa irresponsavelmente deixou o reino de Arendelle coberto de neve. Ficava inconformada com as gaivotas tontas nadando no gelo.
Limpando a areia do tênis.
Super acostumados com o frio que faz lá, eles instalaram um negócio para você tirar a areia do tênis. Engraçado pensar que as pessoas vão à praia vestidas. É tão fora da nossa realidade que não demora pra nossa ficha cair.
Ao menos consegui uma foto bonita, sem gorro e com as mãos para fora. A praia foi definitivamente uma das coisas que, comparadas ao Brasil, aqui é melhor. Já pensou não existir aquela expectativa de ir à praia quando chega o verão? Porque lá, mesmo no verão, a água é gelada. E não tem quiosque vendendo Skol e espetinho de camarão, certamente. 
Praia de Cannon Beach,
uma Aventura Congelante.
A praia de Cannon Beach é conhecida pela Haystack Rock. A rocha tem 72 metros e aparece em vários filmes, incluindo aquela trilogia horrorosa dos vampiros que brilham no Sol e ficam brincando de ir para a escola mesmo tendo 100 anos de idade. Para os amantes da natureza e de geografia, é um lugar muito interessante. Uma pena estar tão nublado no dia que fomos. Tenho bastante vontade de voltar a visitar a praia no verão para ver a diferença. As rochas são formadas por basalto, provenientes dos fluxos de lava das montanhas, e receberam a forma atual cerca de 15 a 16 milhões de anos atrás. (Os dinossauros já haviam sido extintos).
Haystack Rock

Tillamook Cheese Factory
Para finalizar o passeio, eles me levaram para visitar a fábrica de queijo Tillamook Factory. Engraçado que meu primeiro contato com o queijo foi na vinda de avião. Eles deram um queijinho para acompanhar nosso jantar no avião e eu, que nem sou muito fã de queijo, adorei. Muito cremosinho e sem frescura, como um bom queijo deve ser na minha opinião. 
Não sei se foi no mesmo dia, mas visitamos restaurantes super bacanas à noite. Lembro que comemos pizza em Portland (capital de Oregon) em um lugar que era decorado com madeiras provenientes de montanhas-russas. Ou eram apenas quadros vintage de montanhas-russas, preciso verificar. Mas Portland é uma cidade super gastronômica e vale a pena visitar só pelas comidas diferentes.

Em breve, seguirei com a parte 2 da viagem de Oregon. Um bom fim de semana aos leitores.







sexta-feira, 29 de março de 2019

Uma Semana de Férias

Reparei que este blog não tem posts normais contando sobre minha vida cotidiana. Então resolvi fazer um. Até mesmo para me organizar. Gosto de ficar fazendo essas coisas bonitinhas e estruturadas, planejar o que vai ser escrito ao invés de sair postando. Um grande contraste com o post de início do Blog, que eu nem tinha ideia do que iria postar e também nem ligava. Queria ter essa profissão de consultora de criação de conteúdo. Será que já existe? Não sei, mas fica a ideia aí.

Eu estava fazendo um journal também para marcar os momentos importantes da minha vida. Mas é tãããão difícil. Gente, ficar recortando coisas, colando, pintando e escrevendo. Fora que quando você sai para o lugar, ou viaja, você tem que ficar lembrando de coletar as coisas significativas para colar no journal, tipo, o cartão do restaurante legal que você foi, a embalagem de um doce novo que você comeu, sabe? Esses cacarecos? Aí na minha última viagem, que foi para o Espírito Santo no ano novo, guardei apenas as passagens aéreas e esqueci de coletar TODO O RESTO! No fim, pensei: "Ah, vou revelar algumas fotos para fazer umas colagens e escrever", mas... até parece que vou revelar a foto. Só de pensar no trabalho que ia dar já procrastinei. No fim, o journal é mais um dos meus projetos parados.

Essas últimas semanas foram marcadas por alguns eventos importantes. Antes de mais nada quero já passar por cima da parte chata que foi que minha família está passando por alguns apertos financeiros, então o "sonho" de retomar a academia vai ficar um pouco mais para frente até eu avaliar se é cabível no orçamento juntamente com as dívidas que vou pegar de agora em diante para ajudar. Diálogo é tudo, né? Muitas coisas poderiam ter sido evitadas se me falassem. Mas agora está tudo certo e eu sou uma pessoa extremamente positiva, então isso não me afeta quase em nada.

Saí de férias numa semana meio estressante. No último dia de trabalho antes das férias, eu comprei o meu baixo. Já foi mencionado aqui, mas fiquei muito empolgada. Meu objetivo agora é estudar bastante e tocar bem até formar uma banda para poder tocar por aí. A semana foi estressante porque foi toda uma expectativa para a defesa do mestrado do Daniel, que foi justo na sexta. Não podia ser logo na segunda para a gente se livrar do nervosismo. Teve que ser na sexta mesmo e o menino - nada ansioso - passou a semana inteira com os nervos à flor da pele. 

Daniel fazendo o "Pula" com o Rambo
No decorrer da semana, pelo menos, fizemos algumas coisas legais. Trouxemos o Rambo para São Paulo para ele fazer o treinamento na segunda e na quarta lá no Katito. Muito fofo o reencontro dele com o professor, ele foi arrastando a barriga no chão com o rabo entre as pernas até chegar perto do Katito e então pular nele e lambê-lo muito. Saudades da época que o Rambo morava aqui conosco e ia para o treinamento. É muito difícil viver longe dele. Ele fez o treinamento direitinho e fez todos os comandos com destreza. Na época que ele fazia o treinamento, ele não sabia segurar o toquinho direito e tinha criado resistência ao "morto", mas dessa vez, ele fez direitinho! Orgulho do meu bebezão. Ele foi o que melhor fez os pulos. Ele só não prestou muita atenção na aula porque ficava olhando para trás para ver o Daniel sentado no banco.


Agora mestre
No dia da defesa foi tudo muito corrido, porque tive que levar o Rambo de volta para a chácara e nem tive tempo de almoçar. Chegando lá, achei muito coisa de filme: a sala com as paredes de forro de madeira, bandeiras penduradas, os "jurados" na mesa comentando... parecia do filme Flashdance, só que entediante, porque foram 2 horas e meia (acho) de discussão sobre coisas que eu nem faço ideia. Algumas palavras que eram sempre repetidas foram: números imaginários, intuicionismo, juízos, investigações lógicas, memória/lembrança, apontar e matemática. O que foi defendido? Não sei. Mas o Daniel foi aprovado com honras e todo mundo ficou muito feliz. Menos ele, que é complexado.
Experimentando um drink de coentro no Jiquitaia
Usamos o fim de semana e a noite de sexta para sair com a família dele, que tinha vindo ver a defesa também. Fomos no Sujinho, no Ibotirama, no Jiquitaia (onde descobri que gosto de coentro) e no Charme da Paulista. No sábado, fizemos um ensaio no estúdio Nimbus, que foi muito legal, mas não tem filmagem das músicas que eu toquei direito. Chateada.

Passando essas férias, voltei à rotina normal. Trabalho tranquilo, aulas de música e cerveja no fim de semana. De diferente, teve o aniversário do bebê Daniel, que é o filho da minha amiga Priscila, e um cinema super caro no shopping Iguatemi com a Lays. Ah, também fiz uma consulta com a Jessica, minha amiga naturóloga. Ela é excelente e me explicou todos os meus problemas, hahaha! Fez uma acupuntura e me falou que estou com a postura péssima, a cervical agarrada e a alimentação pior ainda. Nenhuma surpresa até aqui. Eu vivo de pipoca e refrigerante. Mas estou aí com uns planos de meditar diariamente, nem que seja 3 minutos, corrigir minha postura e tentar - tentar, sem muito compromisso - me alimentar melhor. Eu não abro mão do meu refrigerante.

Por mais que as pessoas não leiam ou se interessem por este blog, ai, é muito divertido fazer. Já decidi uma nova coluna - até porque algumas pessoas demonstraram interesse - e será sobre as minhas viagens. Mais um marcador aí. Eu já tenho um Instagram só delas, mas é um projeto meio parado também. Se os três comentaristas deste blog quiserem saber alguma coisa específica sobre elas, já mandem aqui para eu me assegurar de comentar. 

Percebi que é muito difícil comentar de coisas que passaram há mais de uma semana. Dá preguiça. Preciso incluir "escrever mais" na minha rotina, porque além de tudo é bem terapêutico. Escrever me ajuda a lembrar o que eu preciso fazer na semana e me organizar. 

Bom, é isso por hoje. Nada muito concreto. Queria comentar sobre algumas coisas que me irritam, mas fica pra outro post. Bom fim de semana, galera.




sábado, 23 de março de 2019

Projeto Casas: Casa 3 (A Casa da Infância)


Como mencionado nos episódios anteriores de Projeto Casas, estávamos morando na casa da Vó Elza, minha avó paterna, enquanto esperávamos minha tia liberar espaço pra gente na casa da minha vó materna, a vó Inês. Minha tia estava grávida da Lays e esperando a casa dela no Jaraguá ficar pronta, da mesma forma que esperávamos no casarão.

A Casa da Infância


Essa casa foi a melhor casa em que já morei. Não gosto muito de comentar dela porque me lembra da minha cachorra Shena. Quando nos mudamos dessa casa para um apartamento, a Shena ficou com os meus avós. Eu fiquei com muita mágoa e tristeza porque a Shena era minha e fui obrigada a me separar dela. E não dei a atenção devida até ser muito tarde. É a coisa que eu mais me arrependo na minha vida, mas foi uma lição. Fiz uma tatuagem dela no meu corpo para gravar o compromisso e meu dever que tinha com ela e fico feliz de ter podido providenciar algo bom para ela no fim.
Bom, já queria me livrar de falar dessa parte chata, então vamos prosseguir.
Eu na fachada da casa
Digo que essa casa foi a melhor em que morei, porque a infância é um momento maravilhoso, pelo menos pra mim foi, muito. Hoje em dia, imagino que iria detestar morar ali, pois é um bairro perigoso da Freguesia do Ó. Morávamos na Rua Francisco de Paula Moura Neto, número 100, a famosa "Rua da TELESP". Era essa casa de tijolinhos construída pelos meus avós quando migraram do interior de Santa Albertina para São Paulo. Dois caipiras com as filhas Ivanilde e Ivanete que começaram a vida aqui. Passaram por vários negócios (lojas, encadernação, costura, rotisserias) até se fixarem com a lotação. Começaram com uma perua e foram progredindo. Hoje em dia eles têm duas linhas de micro-ônibus. Nessa foto, estou eu posando na perua nova com o meu uniforme do Colégio Santo Ivo que, na época, se chamava ainda Instituto de Ensino Santo Ivo.
No colo da Vó Inês
A casa tinha duas garagens, um salão, quintal, vários quartos, dois andares e morávamos eu, meus pais, meus avós maternos e minha bisavó, mãe do meu avô.
Como meus pais trabalhavam o dia todo, eu fui meio que uma criação de vó. Minha avó Inês cuidava muito bem de mim. Eu lembro que eu acordava sempre ao som do pigarro dela (que diminuiu bastante em comparação com hoje em dia) ou da máquina de costura. Nessa foto à direita, vocês podem ver que tínhamos também uma espécie de bar de madeira, mas atrás só tinha livros, CDs e discos de vinil. Eu era muito sabida, tocava os vinis da Xuxa todos os dias. E assistia também o VHS da Lua de Cristal. Pedi tantas vezes para minha mãe alugar essa fita, que teria sido muito mais econômico se ela tivesse simplesmente comprado. Achava muito legal essa parede de vidro. E a parede de tinta branca depois foi pintada de amarelo, que deu uma vida maior para essa sala de visitas. 
Celebrando meu aniversário de 4 anos com Fanta Uva e guaraná Taí
Eu passei acho que todos os meus aniversários nessa casa, enquanto morei lá. Estou até pensando em fazer um Projeto Aniversários, com as descrições e fotos de cada um deles. Mas era praticamente tudo como nessa foto. Era uma decoração que minha mãe comprava, quando não era feita por nós. De manhã, era a preparação do aniversário. Os brigadeiros a gente sempre fazia. Minha vó comprava as latas de chocolate mole e granulado e ensinava a gente a fazer. Era muito difícil resistir à tentação de comer as bolinhas de chocolate e complicado não lamber a mão cheia de manteiga. E ficávamos muito ansiosas para chegar a noite e receber os convidados. Como a gente era muito pequena, nossa vó tentava criar a gente em um pé de igualdade e, sempre que era meu aniversário, a Lays soprava vela junto e ganhava presente. E vice-versa.
As brincadeiras eram muito boas naquela época. Era incrível como tínhamos criatividade para tanta brincadeira. Hoje em dia fico mordida quando vou a um restaurante e vejo as crianças assistindo coisas no tablet ou no celular apoiado no copo de suco de laranja. Sei que falo isso agora e provavelmente, quando/se eu tiver filho, no primeiro berro que ele der, vou enfiar um celular na cara dele só para não me encher mais o saco, mas meu objetivo é que meu filho não tenha celular e não saiba o que é isso até ficar mais velho. Porque eu e a Lays brincávamos de voar, que consistia em amarrar uma toalha em volta do pescoço fazendo ela de capa e saltar repetidamente do sofá. E sempre que eu sentia que tinha ficado mais uns milésimos de segundo no ar do que o normal, falava: “Lays, acho que eu voei um pouquinho”. E se tínhamos a possibilidade de nos divertir com isso, nada vai fazer com que meus filhos necessitem usar um aparelho eletrônico. Brincávamos também de Ponte-do-Rio-Que-Cai, baseado no programa de mesmo nome do Faustão, que era só atravessar o sofá sem cair nas almofadas (lava). Brincávamos de clubinho secreto, espionagem, esconde-esconde, video-game e, a brincadeira principal, de Barbie.
Brincar de Barbie era muito incrível, nós tínhamos nossas Barbies e, diferente de como a maioria das pessoas brincam, em que cada dia a Barbie era uma pessoa diferente, as nossas tinham nomes e personagens definidos e nunca mudava. Havia espécies de repúblicas. As minhas Barbies vivam na Céu Aberto e a da Lays, que sempre foi mais chique, na Casa Branca. E tinha um romance muito difícil entre o meu Ken e a Barbie ruiva da Lays, a Flory. Demorou muito, mas muito tempo para o meu Ken conquistá-la, mas um dia eles se beijaram. Nós tínhamos, as duas, os Kens do Zezé di Camargo e Luciano. Nós adorávamos, mas não sei porque gastaram dinheiro com esses Kens, já que Kens avulsos, diferentes e mais bonitos sairiam muito mais em conta.
Preparada para a festa
Nessa foto à esquerda, em que estava preparada para celebrar um dos famosos Halloweens na casa do Rafael Selvi, vocês podem notar a escultura do Dom Quixote (sempre nos acompanhando) e ver bem a escada, que servia de edifício das Barbies. Cada degrau era um andar. Imagina quando um adulto queria subir a escada, que atrapalhação. De noite, era horrível quando tinha que descer ou subir o andar sozinha. Eu tinha muito medo do Diabo e descia a milhão para não ficar sozinha no escuro com ele. Tinha medo do boneco Chucky também. Apesar de não ter um boneco dele, imaginava qualquer boneco me perseguindo pelas escadas.
Eu e meu pai no quintal
Uma vez, ganhei a cabaninha da Turma Mônica, mas por falta de peças ou interesse/sabedoria para montar a cabana do jeito certo, colocava o pano por cima de duas cadeiras no quintal e pronto: cabana montada. Eu entrava dentro dela para ficar escrevendo.
Foi ainda nessa casa que comecei a ler Harry Potter. Eu gostava muito de livros, fazia coleção da Revista WITCH e pegava vários livros da biblioteca da escola. Minha mãe também lia Harry Potter comigo, e ficávamos o dia inteiro lendo até minha vó brigar com a gente que não conversávamos com ela. E era muito bom quando eu estudava à tarde, chegava da escola e minha avó me dava arroz, feijão com carne cozida e eu jantava assistindo Dragon Ball Z, na espera de assistir As Meninas Super Poderosas.
Eu e a Shena na garagem
Ganhei a Shena no Natal de 2001, quando tinha 10 anos. Eu fui buscá-la na casa do Tio Valdomiro (tio do meu avô, que morava na mesma rua) e a escolhi dentre vários outros filhotes. Ficamos passando os canais na TV tentando pensar num nome bem legal para dar para ela. Era época da novela O Clone e quase foi Jade. Ainda bem que não foi, acho um nome muito feio. Mas como a série que mais aparecia na TV era Xena, a Princesa Guerreira, eu e meu pai concordamos em deixá-la como Shena, uma pequena liberdade ortográfica na criação do nome. Ela era muito arteira quando pequena. Ela comeu os fios do carro e uma vez, quando chegamos do shopping, a encontramos dentro do carro, com as patas no volante. Dessa vez, a parte mais crítica da destruição foi apenas um guia de ruas.
A gente brincava muito de bolinha. Eu colocava meu pé na parede de tijolos do quintal e ela ficava correndo em círculos em volta de mim, pulando o obstáculo (que era minha perna). Amava muito essa cachorra.
Antes dela, nós tivemos galinhas também. Meu avô chegou com dois pintinhos que eu nomeei de Pitchula e Asa Branca - nomes péssimos! - e quando elas ficaram muito grande, nós as deixamos numa área do asilo que minha bisavó já ficava na época. E antes das galinhas, tínhamos a cachorra Kelly, uma mistura de vira-lata e pastor alemão que só ficava na garagem praticamente, assim como a Shena. E antes de tudo, tínhamos um gato siamês chamado Jean Pierre. Mas eu não me lembro dele, só sei porque tem fotos e fitas minhas com ele, agarrando as orelhinhas e dando beijinho.
Hoje, essa casa está dividida estranhamente em duas e alugada. Por dentro deve estar irreconhecível com essa divisão. Uma pena que tivemos que deixar algo tão simbólico para trás. Mas realmente, estava ficando difícil de viver ali, até porque era numa ladeira, então era horrível de sair a pé, sem falar no perigo.
Apesar de ter sido uma época boa, é terrível escrever agora e lembrar-me de certas coisas do passado. Dá um nó gigante pensar nas coisas que me arrependo, mesmo sendo criança. Fico feliz de poder fechar logo esse capítulo e partir para a parte boa das memórias.


domingo, 17 de março de 2019

Motatassauro

Ultimamente venho tendo sonhos muito estranhos. Quer dizer, não são sonhos estranhos, são sonhos normais mesmo, é que o estranho é o normal de sonho. Mas o que está acontecendo de diferente é que eu acordo com eles muito vívidos na minha mente. Às vezes, os sonhos se repetem em momentos diferentes ou eu tenho a impressão de que já sonhei com aquele universo antes, não sei dizer. Não sou expert.

Quando eu era pequena, por um período da infância, meus sonhos terminavam sempre do mesmo jeito. Era eu chegando no portão da casa em que morava, e na sala havia duas fileiras de vampiros segurando velas com olhares assustadores. Naquela época, eu tinha muito medo de vampiro e bruxo. Na minha cabeça, eles tinham olhos vermelhos (bem caricato) e eu constantemente sonhava com os dentes de vampiro ou as marcas deles em pessoas e outros lugares. Não sei por que eu tinha tanto medo! Nem assistia filmes desse tipo. Mas voltando ao sonho, eu ficava paralizada com aquela visão e eles todos andavam lentamente cantando um som bem gótico em direção ao portão. Sempre achava: esse é o meu fim. E alguém me arrastava para fora da casa, às vezes passando através do portão. 

Eu sempre falo que eu sonhava todos os dias com aquilo, mas não sei o quanto disso é verdade, porque não posso afirmar que não é uma peça que a minha mente infantil pregou em mim. Pode ser que eu tenha sonhado com aquilo uma vez e que ficou tão marcado na minha mente que acabei pensando que sonhava muitas vezes. Queria muito que a gente tivesse como checar os fatos da nossa própria vida.

Bom, mas esses dias eu tive um sonho muito engraçado e real. O Daniel me acordou dele porque eu dei uma risada tão alta no meio da madrugada, que o acordei, e então tive a oportunidade de contar tudo que eu tinha sonhado enquanto estava tudo bem fresquinho na minha mente. 

Motatassauro, segundo Wikipedia
Sonhei primeiramente que estava vendo o Instagram e me deparei com um vídeo de uma menina que estudou comigo no colegial, que sempre posta fotos com camisa do Palmeiras (e a estava usando no sonho). Nesse vídeo, ela aparecia gritando de medo em uma excursão que fazia em umas matas do Peru. Medo porque o lugar estava recheado de aranhas. Mas era muita aranha! Grandes, tipo do filme Aracnofobia. O vídeo dava um close em uma manada de aranhas que fugiam juntamente com um super aranhão de 1 metro de altura. Atrás delas e, atacando esse super aranhão, estava um bicho super grande também que era uma mistura de tartaruga, anquilossauro e aranha. Ele deu umas bicadas nesse aranhão e o vídeo terminava aí. 

Como é costume no Instagram, o vídeo fica em loop, então ele recomeçou com o grito dessa colega de sala. O que tornava muito real e o vídeo repetiu exatamente como eu tinha assistido da primeira vez. Lendo a legenda que ela tinha colocado, verifiquei que esse bichão desconhecido se chamava motatassauro. Pesquisei no Wikipedia e vi todas as fotos e informações dele, contribuindo ainda mais para a realidade do sonho. Então comentei para o Daniel que estava chocada que existia ainda uma espécie não extinta de dinossauro e mostrei o bicho para ele, ao que ele respondeu: "Ah, sim. Um motatassauro! Você não conhecia?", e eu: "Amor! Como você sabia do motatassauro e eu não?". Foi tudo muito real.

Depois o sonho mudou: eu estava agora na própria excursão no Peru. Só que nosso grupo ainda estava dentro de um estabelecimento, antes de partir para a parte do "safári", e o instrutor estava explicando as medidas de precaução que devíamos tomar, tudo em espanhol. "Façam tudo que vocês têm que fazer agora, ir ao banheiro, beber água e comer porque, saindo daqui, não vamos poder fazer nada disso por um bom tempo". E então um dos participantes da excursão brincou com os amigos dele: "Traemos las putas prontano entonces!" Foi aí que eu dei a risada e acordei. E então o Daniel verdadeiro me fez contar tudo que eu tinha sonhado.

As coisas no sonho soam mais engraçadas que na realidade, infelizmente. Mas fico feliz de estar lembrando melhor dos sonhos agora. Os mais constantes que eu tenho são sonhos com bichos ou que eu estou dirigindo o carro e nunca consigo entrar na rua que quero, ou brecá-lo porque estou com muito sono e não faço os movimentos rápido o suficiente. O pior é perceber que você está sonhando quando está num sonho bom e então entender que nada daquilo é real e não consegue fazer o sonho voltar para a parte boa. No mesmo dia do sonho do motatassauro, sonhei também que tinha beijado o Sherlock Holmes, como Benedict Cumberbatch. 

Tenho alguns sonhos que sonhei quando tinha 5 anos e me lembro até hoje. Vocês também têm isso? Ou só eu que tenho boa memória? De qualquer forma, conto sobre eles em uma próxima oportunidade, porque a chuva passou e a pressão para aproveitar o dia está caindo sobre mim. 

Tchauí.

quarta-feira, 13 de março de 2019

Maratona do Oscar: Parte 3

(Quem Quer Ser um Milionário?; Onde os Fracos não Têm Vez; Os Infiltrados; Crash - No Limite; Menina de Ouro)



E agora a terceira parte da Maratona. 

Filme: Quem Quer Ser um Milionário?

Opinião da Anna: Um filme muito forte, pra mim, muito pesado e não assistiria de novo. São muitas injustiças que acontecem com o menino, não quero ter que lidar. Tendo dito isso, enredo e cinematografia muito bons.
Nota: 3,6
Opinião do Daniel: Ah, é bom. Legal. Boa aventura do Show do Milhão.
Nota: 3,8
Média Final: 3,7

Filme: Onde os Fracos Não Têm Vez
Opinião da Anna: Não consegui assistir direito esse filme porque o cara mata o cachorro logo nas primeiras cenas. Quando fui assistir o filme Gladiador, esses dias, descobri que tem um site chamado Does the Dog Die que já te avisa se tem tortura/morte de animais dentre outras coisas que talvez você não se sinta confortável de ver, como palhaços, aranhas ou cortes. Muito bom, vou começar a utilizar. Não sei muito o que dizer desse filme... Entendo que é excelente, mas poderia dar uma nota mais justa se não tivesse esse lindo fófis morrendo. Gostei muito da atuação do Tommy Lee Jones.
Nota: 3,7
Opinião do Daniel: Disparado o melhor até agora de todos que vimos do Oscar. 
Nota: 5
Média Final: 4,35

Filme: Os Infiltrados
Opinião da Anna: Acho que todos gostam desse filme. Muita ação, tensão, surpresas e final não esperado. Mark Whalberg está excelente. Ótimo elenco.
Nota: 4
Opinião do Daniel: Esse filme ganhou o Oscar? Achei que tínhamos assistido normalmente. Quem que mata o cara mesmo? Ah, lembrei! Muito bom! Ação, né?
Nota: 3,8
Média Final: 3,9



Filme: Crash - No Limite
Opinião da Anna: Olha, prende atenção e tudo mais, mas achei muito fraquinho. Não me interessei muito. Também não sei se gosto muito desse negócio de histórias se intercalando, como em Simplesmente Amor. Mas o importante é que não é ruim, não.
Nota: 3,8
Opinião do Daniel: É bom. Bacana. Meio clichê.
Nota: 3,7
Média Final: 3,75

Filme:  Menina de Ouro
Opinião da Anna: Esse filme tenho até em DVD. Adoro a Hillary Swank e ainda mais o Clint Eastwood. Tudo nele é bom, a história, o drama, os personagens, a cinematografia e a parte de ação. Adoro filmes motivadores. Fica aqui o meu primeiro registro de nota máxima.
Nota: 5
Opinião do Daniel: [Depois de um momento para esperar o pum do Rambo passar e podermos respirar novamente] Esse é bom pra caramba. Eu gostei da mensagem do filme e a estrutura trágica da história, que é muito boa.
Nota: 4
Média Final: 4,5

Vencedor da rodada: Menina de Ouro
Perdedor da rodada: Quem Quer Ser Um Milionário?

A que filme você daria o prêmio dessa rodada?

terça-feira, 12 de março de 2019

Projeto Casas: Casa 2 (O Casarão da Avenida das Corujas)

Hoje, vasculhando os álbuns de fotos e com um rápido questionário à minha mãe, descobri que a segunda casa que eu morei não era a que eu estava pensando. Após termos deixado o apartamento da Rua Girassol, vide post anterior, meus pais e eu tivemos que morar por 6 meses na casa dos meus avós paternos até que a casa dos meus avós maternos ficasse pronta para irmos morar definitivamente. Nesse período, minha tia, irmã da minha mãe, estava morando lá [com meus avós maternos] enquanto a casa dela no Jaraguá ficava pronta.

O Casarão da Avenida das Corujas


A segunda casa em que eu morei também ficava na Vila Madalena, mas na rua de nome Avenida das Corujas, lindo! Era um casarão enorme de três andares, quintal, garagem, uma casinha nos fundos e quatro quartos, sendo que dois eram suítes. Hoje se tornou uma imobiliária, infelizmente, pois por muito tempo tive esperanças de voltar a morar lá e poder fazer grandes festas com barulho e som alto, sem me preocupar. Fora que daria para deixar o Rambo [meu cão] despreocupadamente e ainda montar um estudiozinho nos fundos. 
Nessa foto à direita, vocês podem ver meus avós maternos. Minha vó Inês entuchando um doce muito maior do que eu na minha boca, igual ela faz com o Rambo hoje em dia, por isso que ele está com risco de obesidade. Não lembro de quem era o aniversário que estávamos celebrando na imagem, talvez o meu próprio, mas sempre fomos muito de festa, e minha vó Elza, a mãe do meu pai, sempre pedia esse bolo branco com morangos no topo. 
Na foto à esquerda, podemos observar meus avós paternos, ambos já falecidos, cantando parabéns na sala de jantar. Naquela época, havia bem menos tecnologia, mas as fotos saíam muito melhores do que as fotos de hoje. Sem falar que dava muito mais adrenalina só saber como a foto ficou na hora de revelar. Tento usar um pouco dessa mentalidade hoje em dia para não ficar ocupando meu celular com imagens de memes e fotos absurdamente inúteis, como de comida.
Ainda temos essa mesa e cadeiras hoje. Os estofados mudaram, mas a parte de madeira continua a mesma. Os lustres não existem mais, mas eram muito chiques.
Na entrada da casa, tinha um jardinzinho com flores que, na época do Natal, ficava decorado com luzinhas redondas e gordas de várias cores. Era bem típico da casa da minha avó, pois era um contraste com as luzinhas convencionais das outras casas. Tenho bastante filmagem dessa época que preciso urgentemente transformar em DVD antes que vire mofo. Inclusive, tem os bastidores dessa foto à direita, onde eu, distraída, caio de cabeça no chão, por falta de equilíbrio. Dois anos depois, posei para a mesma foto, fazendo V de vitória numa mão e o Stay Heavy  na outra. Uma típica criança dos anos 90: boné de lado, tênis branco, shorts jeans de cintura alta e usada pelos pais para fazer propaganda política para uma pessoa que nem conhecíamos.
Quando eu era um bebê ainda, essa casa foi invadida. Os roubos naquela época eram constantes. Ficamos presos por um tempo na dispensa, que ficava no térreo - eu no colo da minha avó - enquanto os ladrões faziam a rapa. Levaram TVs, aparelhos de som outras coisas de valor. Minha avó, como toda avó hipocondríaca e paranoica, culpou a faxineira. Só fico feliz de não ter memória desse acontecimento. Deve ser muito mais traumático do que um assalto na rua ou num estabelecimento que não seja sua propriedade. 
Tivemos que levar os móveis do apartamento da Rua Girassol para essa casa, portanto, vocês podem ver à esquerda, aquele sofá com estampa de gosto duvidoso do primeiro lar, o vaso atrás e até as cadeiras cor-de-asa-de-barata lá na primeira foto. Como a casa era muito grande, cabia tudo. 
Apesar de termos morado lá efetivamente apenas 6 meses, eu visitei muito a casa posteriormente, já que meus avós continuaram lá por bastante tempo. Lembro que tivemos que passar uns dias lá quando a Ponte dos Remédios quebrou e eu fiquei sem acesso à escola (meu sonho, na época). Eu gostava muito de ficar lá porque a TV era enorme e eu podia assistir Cartoon Network, que não tinha na casa onde eu morava. 
Nos fins de semana, tinha um lugar super perto, onde minha mãe me levava para andar a cavalo. Era algo super acessível e agora eu nem lembro quando foi a última vez que eu passei a mão em um cavalinho. Era um bairro super gostoso e bem mais seguro do que o bairro onde eu fui morar depois. Também acompanhava meus pais até a vendinha para deixar a Coca retornável de vidro.
Essa casa passou por várias pessoas antes de virar a imobiliária e por pouco não voltamos a morar lá quando saímos da quinta casa. Eu teria adorado, mas ela realmente pertence ao passado, então vamos deixá-la onde está.






sábado, 9 de março de 2019

Top 10: Melhores Cenas de Comédia

Após a tentativa frustrada de mostrar ao Daniel dois filmes de comédia nesse feriado de Carnaval, cheguei à conclusão de que somos definitivamente incompatíveis. Eu adoro filmes de comédia, inclusive as do Adam Sandler (com exceção de Gente Grande 2, que é intragável) e principalmente as do Will Ferrell. Enquanto o Daniel, que só vê valor em filmes como Um Sonho de Liberdade e Memórias - mais conhecidos por seus nomes originais em inglês The Shawshank Redemption  Stardust Memories - não deu uma só risada. Talvez tenha sido uma má escolha de filmes, mas não quero acreditar nisso. Eu já havia mostrado a ele O Âncora, um clássico, que teve uma boa recepção até, mas pode ter sido porque era início de namoro, e os filmes desse feriado foram Encontro de Casais e Um Jantar Para Idiotas. Vocês podem me dizer se errei na mão ou se é chatice dele. 

Com isso, quis homenagear o melhor gênero de cinema existente com um post das 10 melhores cenas de filmes de comédia americanos. Tenho que por que é americano, senão vão me perguntar dos filmes do Paulo Gustavo, e o Paulo Gustavo, por mim, pode ter um post só dele de melhores cenas de Minha Mãe é uma Peça 1 e 2 e Minha Vida em Marte. Segue:

Top 10: Melhores Cenas de Comédia

(10º) Décimo Lugar
Começando do último pro primeiro, que é mais legal, um filme que passou meio despercebido, mas que foi muito bom: Motoqueiros Selvagens. Um grupo de coroas resolve se unir e cair na estrada de motocicletas. Essa cena do William H. Macy revelando que fez uma tatuagem da Apple é impagável. Esse é o tipo de coisa que me faz rir muito: gente se achando por coisa idiota.









(9º) Nono Lugar
Em nono lugar vem uma cena do filme que, pra mim, foi o melhor filme de 2018: Jumanji. Kevin Hart é o avatar de um menino super popular na escola. No jogo, o poder dele é ter muito conhecimento sobre zoologia e seu ponto fraco é comer bolo. A cena do beijo do The Rock nesse filme também é incrível e muito real, mas a cena que escolhi foi a melhor pra mim. Ri o filme inteiro no cinema.









(8º) Oitavo Lugar
Já vou avisando que vai ter muito Will Ferrell por aqui. Em oitavo lugar, do filme Escorregando para a Glória, a cena em que ele explica todas as tatuagens que tem. Nesse filme, o Will Ferrell é um patinador de gelo bad boy e, de acordo com ele mesmo, gostosão. É incrível como ele representa tão bem esse papel e não cansa nunca. Podia só ter filme assim dele que dá muito certo. Mais do que quando ele interpreta bobo nerd. 








(7º) Sétimo Lugar
Em sétimo lugar, do filme Zoolander, também Will Ferrell como o vilão Mugatu. Tudo que ele faz nesse filme é engraçado. Hansel, he's so hot right now. Uma pena que teve a pior sequência de filme que pode existir no planeta. Zoolander 2 foi uma bagunça sem graça nenhuma, só existiu para juntar várias cameos de atores e artistas famosos e que, no final, não deu em nada. Tinha tantas expectativas para esse filme, foi uma pena mesmo. Nem a aparição do Benedict Cumberbatch salvou nessa. Mas Zoolander (o primeiro) é uma obra-prima. 







(6º) Sexto Lugar
Em sexto lugar, essa incrível cena de Um Jantar Para Idiotas. O Zach Galifianakis e o Steve Carell já fazem a gente rir só de olhar para eles. Nessa cena, o Zach faz uma das coisas que eu mais admiro e não consigo fazer: dar essa risada soprada. Minha vó consegue, queria muito ter herdado isso. Nesse filme, ele é um fiscal da receita e descobriu que o Paul Rudd acabou por declarar erroneamente seus impostos.









(5º) Quinto Lugar
Em quinto lugar, uma cena do filme Quase Irmãos. Esse é outro que podia ir o filme todo. Mas essa cena é a cena. Não tem muito o que dizer, só sentir.














(4º) Quarto Lugar
Em quarto lugar, a cena do filme de comédia acho que mais popular no Brasil: As Branquelas. Até hoje nunca encontrei ninguém que não gostasse d'As Branquelas. Mas tive a infelicidade de saber que meu namorado ainda não assistiu! Está na lista de prioridades. Tem tantas cenas boas nesse filme que poderia por o filme inteiro aqui se não fosse o Top 10 Cenas de Comédias. Se assim fosse, ele estaria em primeiro lugar certamente por maior número de risadas por minuto quadrado. Tem a cena do Get Out, Bitch, quando o Marcus está correndo para ir ao banheiro; tem a competição de dança na balada; tem todas as cenas do Latrell; tem a Hold my poodle... é um filme completo. Escolhi essa cena porque é muito boa: She wants to talk about mother!




(3º) Terceiro Lugar
Em terceiro lugar, uma cena de um dos meus filmes favoritos: Dias Incríveis. Vocês podem perceber que tudo que eu gosto tem os membros do Frat Pack. E é bem por aí mesmo. Lembro que vi meu pai assistindo a essa cena e ele deu uma risada estrondosa. Vejo que herdei dele o meu gosto para humor idiota. Nesse filme, o Luke Wilson resolve criar uma fraternidade composta de ex-alunos e alunos rejeitados de uma universidade para poder se safar de não-me-lembro-o-quê. Essa nem deve ser a melhor cena do filme, mas é a que está mais marcada na minha memória. Acho um filme super underrated, todos deveriam assistir pelo menos uma vez.





(2º) Segundo Lugar
Em segundo lugar, o próprio clássico da comédia: O Âncora.  Esse filme tem diversas cenas incríveis, como a do Jack Black chutando o cachorro pro rio, sendo que na hora dá para ver claramente que é um cachorro de pelúcia. A despreocupação é demais! Tem a cena em que ele explica de onde vem o nome San Diego. Mas a cena mais famosa é essa aqui do vídeo. Apesar de não ser um filme tão conhecido, a maioria das pessoas deve conhecer pelo menos o meme tirado dele: "Well, that escalated quickly". Merecia um Oscar, que elenco! 







(1º) Primeiro Lugar
E finalmente, liderando esse ranking, uma cena de Os Outros Caras. Não estava dando nada para esse filme quando comecei a assistir, porque tudo é muito incerto quando tem Mark Whalberg envolvido, mas esse longa-metragem é o dono de uma das cenas mais inesperadas, bizarras e engraçadas que eu já vi. Nesse vídeo, ela acontece aos 00:02:55, pois não encontrei um vídeo só da cena, mas acho que até vale a pena assistir ao vídeo inteiro. Em um momento de perseguição onde fugiam de inimigos em um helicóptero, os personagens principais (Mark Whalberg e Will Ferrell) acabam parando o Prius em um mini campo de golfe. Os jogadores acertam as bolas no carro. Com sorte, o Will consegue avisá-los de que são policiais e para atirarem as bolas no helicóptero. E bom... vocês podem ver aqui o que acontecem. Lembro-me de quando assisti, fiquei rindo alto a cena inteira e isso é muito difícil de acontecer. Geralmente, a gente ri pra dentro, por mais engraçado que seja. Eu dou risada alta no cinema, para as outras pessoas verem que eu estou gostando, mas não quando eu estou em casa assistindo sozinha. Esse conseguiu!


E aí? Concordam com meu Top 10?