terça-feira, 12 de março de 2019

Projeto Casas: Casa 2 (O Casarão da Avenida das Corujas)

Hoje, vasculhando os álbuns de fotos e com um rápido questionário à minha mãe, descobri que a segunda casa que eu morei não era a que eu estava pensando. Após termos deixado o apartamento da Rua Girassol, vide post anterior, meus pais e eu tivemos que morar por 6 meses na casa dos meus avós paternos até que a casa dos meus avós maternos ficasse pronta para irmos morar definitivamente. Nesse período, minha tia, irmã da minha mãe, estava morando lá [com meus avós maternos] enquanto a casa dela no Jaraguá ficava pronta.

O Casarão da Avenida das Corujas


A segunda casa em que eu morei também ficava na Vila Madalena, mas na rua de nome Avenida das Corujas, lindo! Era um casarão enorme de três andares, quintal, garagem, uma casinha nos fundos e quatro quartos, sendo que dois eram suítes. Hoje se tornou uma imobiliária, infelizmente, pois por muito tempo tive esperanças de voltar a morar lá e poder fazer grandes festas com barulho e som alto, sem me preocupar. Fora que daria para deixar o Rambo [meu cão] despreocupadamente e ainda montar um estudiozinho nos fundos. 
Nessa foto à direita, vocês podem ver meus avós maternos. Minha vó Inês entuchando um doce muito maior do que eu na minha boca, igual ela faz com o Rambo hoje em dia, por isso que ele está com risco de obesidade. Não lembro de quem era o aniversário que estávamos celebrando na imagem, talvez o meu próprio, mas sempre fomos muito de festa, e minha vó Elza, a mãe do meu pai, sempre pedia esse bolo branco com morangos no topo. 
Na foto à esquerda, podemos observar meus avós paternos, ambos já falecidos, cantando parabéns na sala de jantar. Naquela época, havia bem menos tecnologia, mas as fotos saíam muito melhores do que as fotos de hoje. Sem falar que dava muito mais adrenalina só saber como a foto ficou na hora de revelar. Tento usar um pouco dessa mentalidade hoje em dia para não ficar ocupando meu celular com imagens de memes e fotos absurdamente inúteis, como de comida.
Ainda temos essa mesa e cadeiras hoje. Os estofados mudaram, mas a parte de madeira continua a mesma. Os lustres não existem mais, mas eram muito chiques.
Na entrada da casa, tinha um jardinzinho com flores que, na época do Natal, ficava decorado com luzinhas redondas e gordas de várias cores. Era bem típico da casa da minha avó, pois era um contraste com as luzinhas convencionais das outras casas. Tenho bastante filmagem dessa época que preciso urgentemente transformar em DVD antes que vire mofo. Inclusive, tem os bastidores dessa foto à direita, onde eu, distraída, caio de cabeça no chão, por falta de equilíbrio. Dois anos depois, posei para a mesma foto, fazendo V de vitória numa mão e o Stay Heavy  na outra. Uma típica criança dos anos 90: boné de lado, tênis branco, shorts jeans de cintura alta e usada pelos pais para fazer propaganda política para uma pessoa que nem conhecíamos.
Quando eu era um bebê ainda, essa casa foi invadida. Os roubos naquela época eram constantes. Ficamos presos por um tempo na dispensa, que ficava no térreo - eu no colo da minha avó - enquanto os ladrões faziam a rapa. Levaram TVs, aparelhos de som outras coisas de valor. Minha avó, como toda avó hipocondríaca e paranoica, culpou a faxineira. Só fico feliz de não ter memória desse acontecimento. Deve ser muito mais traumático do que um assalto na rua ou num estabelecimento que não seja sua propriedade. 
Tivemos que levar os móveis do apartamento da Rua Girassol para essa casa, portanto, vocês podem ver à esquerda, aquele sofá com estampa de gosto duvidoso do primeiro lar, o vaso atrás e até as cadeiras cor-de-asa-de-barata lá na primeira foto. Como a casa era muito grande, cabia tudo. 
Apesar de termos morado lá efetivamente apenas 6 meses, eu visitei muito a casa posteriormente, já que meus avós continuaram lá por bastante tempo. Lembro que tivemos que passar uns dias lá quando a Ponte dos Remédios quebrou e eu fiquei sem acesso à escola (meu sonho, na época). Eu gostava muito de ficar lá porque a TV era enorme e eu podia assistir Cartoon Network, que não tinha na casa onde eu morava. 
Nos fins de semana, tinha um lugar super perto, onde minha mãe me levava para andar a cavalo. Era algo super acessível e agora eu nem lembro quando foi a última vez que eu passei a mão em um cavalinho. Era um bairro super gostoso e bem mais seguro do que o bairro onde eu fui morar depois. Também acompanhava meus pais até a vendinha para deixar a Coca retornável de vidro.
Essa casa passou por várias pessoas antes de virar a imobiliária e por pouco não voltamos a morar lá quando saímos da quinta casa. Eu teria adorado, mas ela realmente pertence ao passado, então vamos deixá-la onde está.






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