quinta-feira, 7 de março de 2019

Projeto Casas: Casa 1 (O Apartamento em que Nunca Morei)

Aproveitando-me (sim, com ênclise porque aprendi em algum lugar que não pode começar frase com pronome oblíquo átono)  da ideia vista no blog da Tia Paula, que por sua vez retirou de outro blog de uma pessoa também chamada Ana, que não conheço, resolvi iniciar aqui o meu Projeto Casas. 

O Projeto Casas consiste em compartilhar um pouco da nossa vida em cada casa que moramos. Diferente da vida da Tia Paula, eu não morei em dezesseis casas, mas tive minha fair share de mudanças. Algumas em pouco tempo de diferença entre uma e outra. Então, para começar o Projeto, justo numa quinta-feira de #TBT, temos:

O Apartamento em que Nunca Morei


Digo que "nunca morei" nesse apartamento, pois passei nele o total de 2 meses da minha vida. E para ser mais exata, foram literalmente os meus dois primeiros meses de vida fora do útero. Obviamente, não tenho nenhuma recordação desse apartamento, apesar de reconhecer a grande maioria dos móveis e objetos. Esse Dom Quixote de metal, por exemplo, está conosco até hoje. Meu tio-avô é escultor e deu essa peça de presente de casamento para os meus pais. Super legal, a lança é pontuda de verdade e pode machucar os desavisados ou prender um fio da sua roupa. O vaso chinês em cima da mesa continua no lugar equivalente da casa atual. Por isso, mesmo não tendo memória desse lugar, acho muito familiar pelas fotos. 
Esse apartamento era na Rua Girassol, na famosa Vila Madalena. Eu sempre achei chique a ideia de morar na Vila Madalena, muito fina, ainda mais nessa rua, com nome de uma flor que eu gosto. Foi o primeiro lugar que meus pais moraram depois de terem se casado. Infelizmente, por causa do excelentíssimo governo do sr. Collor, meus pais tiveram que tomar a triste decisão de mudarem de casa. 
Nesse apartamento, havia um bar. Era muito mais in naquela época ter um bar em casa. Hoje em dia não vejo a utilidade, já que meu pai só bebe cerveja e minha mãe só bebe vinho. Sem muito critério. E olha o espaço que ocupava. Não sabemos que fim ele levou, mas temos outro muito parecido, que era da minha avó paterna, que hoje infelizmente está encostado no fundo de uma das salas da firma dos meus pais, sem uso prático. Quem sabe, em um futuro próximo, possamos mudá-lo para um lugar mais feliz. 
Os móveis, como vocês podem perceber, têm uma cor escura e, como agora mesmo informado pela minha mãe, o nome exato da cor era asa-de-barata. Realmente, a pessoa encarregada de nomear a cor escolheu um bom nome, porque a última coisa que a gente quer reparar em casa é uma asquerosa barata. Usando o simples truque de camuflagem, ela pode viver sua vida em paz e coexistir com os humanos, que não percebem sua presença.
A TV de caixote e as estampas  de gosto duvidoso do sofá me dão muita nostalgia. Esses sofás ficaram muito tempo ainda com a gente e eu brincava muito neles. Os forros do sofá foram todos escolhidos, nada foi comprado pronto da loja. Essa poltrona, no canto direito da foto, é a poltrona que está no meu quarto de hoje, que uso para deixar roupas, mochilas e, de vez em quando, muito de vez em quando, sentar.
Fora que esse lustre e o vidro de parede desenhado são um luxo, ainda mais para a época. Já o jogo de cadeiras e mesa, minha mãe disse que vendeu. Ela também não sabe que fim levaram os sofás. 
A vida nesse apartamento devia ser muito gostosa. Era muito bem localizado, tinha 3 quartos (1 com suíte), era possivelmente no décimo segundo andar (ou nono, ninguém lembra ao certo), e era próximo de padarias, cantinas e pizzarias. Sem falar que era em frente à Igreja da Vila Madalena, um big deal para os meus pais. Eu ia gostar hoje em dia porque daria para ir a pé até o bar Quitandinha.

Lembro de olhar essas fotos quando pequena e desejar, mais do que tudo, essa cama de casal dos meus pais. Acho que até hoje nunca vi uma cama assim, com cabeceira meia-lua de espelho. Era muito sonho de menina, ainda mais que eu era muito fã de Xuxa em Lua de Cristal e de Barbie e os Roqueiros, e essa cama rosa me lembrava os dois filmes. Hoje em dia, nem cabeceira minha cama tem. É só um colchão mesmo.

Realmente foi uma grande pena, principalmente para os meus pais, não poderem ter vivenciado a vida a três (pai, mãe e filha) por mais tempo. Só fomos poder voltar a ter isso muito tempo depois e também por pouco tempo. Mas ao mesmo tempo, fico feliz de não ter memória desse lugar, assim não tem como sentir saudades. 

E vocês? Em quantas casas moraram ao longo da vida?

3 comentários:

  1. Meeeu, as casas antigas tinham muito dessa decoração! Achei um charme e muito fino mesmo o fato de ser na rua girassol na Vila Madalena! Nos tínhamos um sofá com essas estampas também, bem na época de ser baby! Esse dom Quixote lembro até hoje e toda a vez que eu passo em algum lugar com uma escultura parecida em cobre eu penso: deve ser do familiar da Anna! Hahahahah aquelas camas com espelho tinha na minha avó, bem como o bar, que eu adorava ficar brincando de servir coisas, mas logico, sem servir de verdade (imagina o whisky do meu vô e eu servindo pras minhas bonecas de corpinho de pano hahaha). Gostei muito desse post das casas!! Parabéns e as fotos estão espetaculares!

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    1. Yás, que legal! Quero fotos dos seus móveis antigos.
      Essas fotos estão sem filtro algum. Elas simplesmente têm naturalmente essa cor meio rosada da câmera mesmo, parece que eu coloquei o filtro 1970 do insta. Mas combinou super bem, né?

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